Sempre que comemoramos o descobrimento do Brasil (22 de abril), somos levados a considerar a evolução de nossa sociedade. Durante os anos que mapeiam a chegada das tripulações portuguesas e os dias atuais, o Brasil tem atravessado mudanças, enfrentado desafios e, sobretudo, descortinando oportunidades.

O corpo social que se estabeleceu desse descobrimento foi firmado por uma herança de colonização, miscigenação e resistência. Relações complexas entre os povos originários e colonizadores, somadas aos africanos escravizados, engendrou a sociedade inicial do nosso país, que continuou a se expandir e diversificar com a imigração de povos de todas as partes do mundo.

Transições econômicas, como o ciclo do café e, posteriormente, o advento da industrialização, foram acompanhadas por movimentos sociais que buscavam reformas e direitos. Cada período, da abolição da escravatura à era Vargas, da ditadura militar à redemocratização, trouxe elementos que consolidaram nossa identidade nacional.

Como resultado, vemos, neste século, a solidificação da democracia e o avanço tecnológico abrindo novos caminhos para o desenvolvimento. Outrossim também pudemos perceber que todos esses movimentos revelaram desigualdades persistentes. Hoje, somos reflexo de uma pecuniosa história, um país em contínuo diálogo com seu passado, e lutamos para garantir um futuro mais justo.

Nossa trajetória é, principalmente, uma cronologia de afluências e encontros de inúmeras identidades, buscando constantemente construir uma nação única em sua diversidade. Como agentes de educação, nosso papel é guiar os jovens por meio dessa história, incentivando-os a questionar, compreender e atuar sobre o legado que eles herdarão e moldarão.

Zilda Alves de Souza e Antonio Flavio Mendes Soares, professores de Filosofia e Sociologia do Colégio Mackenzie Tamboré