Desde a época do ex-prefeito Nedson Luiz Micheleti, a Prefeitura de Londrina vem tentando implantar medidas para solucionar o problema da superpopulação de pombos, porém, nenhuma obteve sucesso. A última pesquisa, realizada em 2016, aponta que há mais de 400 mil pombos em território urbano e rural no município. O resultado dessa superpopulação é facilmente observado em bosques e praças da região central da cidade, grandes quantidades de dejetos espalham-se por toda parte e o mau cheiro é facilmente notado nessas regiões. Fica claro que o problema ainda persiste.

O crescimento do número de pombos é um problema ambiental que afeta, sobretudo, a saúde pública na cidade devido, principalmente, ao acúmulo de fezes que são foco para proliferação e disseminação de doenças. É de responsabilidade da Secretaria Municipal do Ambiente a realização de planos de ação eficazes que busquem reduzir e controlar a população de pombos.

Desde que o município alertou a população sobre o problema, algumas medidas
vêm sendo tomadas: instalação de refletores nas áreas de infestação, repelentes eletromagnéticos, pombal no cemitério, multas para quem alimentar pombos. Tais medidas amenizam o problema, mas não o soluciona, pois exigem o comprometimento de uma ação cotidiana de agentes públicos, tanto para fiscalizações quanto para limpeza de regiões com maior concentração de dejetos. Essas atividades geram muitos gastos para o poder público, inviabilizando, muitas vezes, a efetividade dessas ações.

Sabe-se que tomar medidas extremas como execução dos pombos, além de não serem aceitas pela sociedade, não são efetivas. Devemos nos atentar também ao desequilíbrio ambiental que outras práticas possam trazer se não forem bem analisadas ou executadas. Neste cenário, é necessário controlar a proliferação com métodos de contenção já experimentados e que trazem benefícios para a sociedade como um tudo, o objetivo é manter o equilíbrio do ambiente.

Um dos fatores que auxiliam na proliferação desses animais é a abundante oferta de alimentos encontrada no perímetro urbano. Isso se dá, principalmente, pelo fato de algumas pessoas, inconsequentemente, alimentarem os pombos em bosques e praças, cooperando com a aglomeração desses nestes espaços. Isso agrava ainda mais a problemática do acúmulo de fezes que, muitas vezes, inviabiliza passeio da população nesses locais de lazer devido ao risco à saúde e ao mau cheiro.

Sabemos que a educação é fundamental para colaborar com a redução do número de pombos. Nunca alimente pombos ou permita que outros o façam. Os pombos têm excelente memória quando se trata de fontes alimentares, assim eles retornarão constantemente para lugares onde exista abundância de alimentos. As fontes de alimentos para pombos podem incluir ração para cães ou gatos. Outra recomendação é que se preencham todas as lacunas entre as telhas, as bordas e os espaços acima das vigas dos telhados. Além disso, recomenda-se que todas as superfícies onde os pombos possam pousar ou fazer seus ninhos, como unidades de ar-condicionado, sejam cobertas. Isso limitará o agrupamento e a reprodução desses animais.

É necessário que haja o engajamento de todos os londrinenses para solucionar esse problema. Por parte do poder público, faz-se necessário a criação de campanhas que divulguem e esclareçam a problemática permitindo à população compreender a necessidade de seguir as recomendações básicas para reduzir o número de pombos na cidade.



FERNANDO FEITOSA FAVA é estudante de Administração na Universidade Estadual de Londrina