Localizado na BR-369, o armazém foi cedido à UTFPR e deveria atender  alunos de dois cursos de engenharia
Localizado na BR-369, o armazém foi cedido à UTFPR e deveria atender alunos de dois cursos de engenharia | Foto: Divulgação



As antigas instalações do extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC) em Cornélio Procópio devem ser transformadas em um grande balcão de negócios. Cedido pelo governo federal à UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) há quatro anos, o espaço ainda não recebeu a função acadêmica prevista. Um grupo de instituições e entidades decidiu, então, transformar o armazém de quase 20 mil metros quadrados em um grande condomínio tecnológico e comercial, o Armazém Tecnológico, como tem sido chamado.

Localizado na BR-369, no contorno de acesso à Leópolis e Sertaneja, o armazém foi cedido por um prazo de 20 anos à UTFPR local e deveria estar recebendo alunos de dois cursos: Engenharia Mecânica, já existente na grade da universidade, e Engenharia Civil, que seria criado. "Acredito que devido à situação econômica do País, por falta de recursos, o MEC ainda não aprovou esse projeto. Temos dois cursos recentes que já estão com deficit de professores. Imagine se podemos abrir um curso novo", conta o diretor de Relações Empresariais e Comunitárias da UTFPR, Felipe Haddad Manfio.

Segundo ele, o espaço é muito bom, mas também muito grande e exige reformas antes de qualquer tipo de ocupação. "Seriam necessários milhões de reais para estruturar o prédio. Nós não temos esses recursos hoje", argumenta.

Diante da falta de perspectiva em relação ao propósito inicial, a UTFPR se uniu ao Sebrae, Prefeitura de Cornélio Procópio, Uenp (Universidade Estadual do Norte do Paraná), Associação Comercial e Empresarial e Conselho de Desenvolvimento Econômico em busca de uma nova proposta para aquele espaço. Antes, será necessário alterar o contrato de cessão do prédio, que inicialmente tinha apenas propósitos acadêmicos. "Depois, vamos lançar um edital para receber sugestões sobre o que fazer com o prédio. Vai ser uma espécie de concurso de ideias", antecipou.

MODELO
Recentemente, esse grupo de lideranças esteve em Maringá para conhecer a destinação que aquela cidade deu às suas antigas instalações do IBC. Lá, o espaço passou a abrigar empresas de tecnologia de ponta, pequenas fábricas, um auditório para 600 pessoas, além do almoxarifado central da Prefeitura.

Para o prefeito Amin Hannouche, o modelo maringaense pode ser copiado em Cornélio Procópio e absorver uma série de empresas que querem ampliar seus negócios e não encontram local adequado. "Só o almoxarifado central da prefeitura de Maringá, instalado no antigo prédio do IBC, foi suficiente para observarmos a capacidade de aproveitamento que o prédio em Cornélio Procópio com este mesmo modelo de ocupação pode ter", afirmou. Segundo Hannouche, o deputado federal Alex Canziani, que também participou da visita, vai intermediar a inclusão desse novo projeto ao contrato de cessão do armazém da UTFPR com a União.

INOVAÇÃO
De acordo o consultor do Sebrae/PR em Cornélio Procópio, Diego Shiinoki, o Centro de Inovação criado no armazém maringaense é uma iniciativa a ser copiada. "Eles têm lá um conjunto de empresas incubadas, um espaço colaborativo, com aluguel acessível e o pré-requisito é ter base tecnológica", explica. Segundo ele, o cunho tecnológico desse projeto procopense não pode se perder. "O ponto crítico é a base tecnológica, a abertura para a inovação. Se vai ser por meio de incubadoras, start-ups, não importa muito", ressalta.