Onda de crimes assusta moradores

Santo Antônio da Platina - O número de crimes registrado nos últimos 60 dias em Santo Antônio da Platina é assustador. De acordo com a Polícia Militar, no período foram contabilizados 58 furtos, 19 roubos, 15 tráficos de drogas, 22 ameaças, 13 lesões corporais, três receptações e dois homicídios. O que pode parecer comum aos que comparam a onda de violência na cidade de 45 mil habitantes com os graves problemas de segurança pública do País, por outro lado tem provocado pânico nos moradores e comerciantes, que cobram por ações imediatas às autoridades para conter o crescimento da criminalidade no município.
A polícia age dentro das possibilidades para combater os delitos, mas se esbarra na falta de estrutura e nas ‘brechas’ no Código Penal Brasileiro que favorecem os criminosos. A sensação de impunidade então faz com que a grande maioria desta população volte a praticar delitos.
A cidade polo comercial do Norte Pioneiro conta com apenas um policial militar para cada 11 mil habitantes. Ao todo, cinco PMs dividem as tarefas diárias no Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) e nas duas únicas viaturas de Rádio Patrulha que circulam no município durante a escala de 24 horas na 4ª Companhia.
Para o comandante da PM no município, capitão Robson Falk Vieira, a unidade deveria contar com ao menos oito policiais e quatro viaturas em cada turno. "Não que seja o efetivo ideal, mas já ajudaria bastante no enfrentamento à criminalidade. Desde abril, quando começou a crescer o número de roubos na cidade, o comando do 2º Batalhão intensificou os trabalhos de repressão ao crime com equipes da Rotam e Rocam e, por incrível que pareça, apesar dos números elevados de ocorrências registrados nos últimos dias, foi o período que mais prendemos marginais. Porém, infelizmente eles não ficam presos e voltam a cometer delitos", analisa o oficial.
Ainda de acordo com o capitão Falk, o comando do 2º BPM estuda a implantação de uma equipe permanente da Rotam no município. O militar também destacou a importância da utilização de câmeras de segurança no policiamento ostensivo na cidade. "Até o final deste ano teremos 39 alunos formados no batalhão, com isso, o comando pretende efetivar uma equipe da Rotam na 4ª Companhia. Recentemente, três cooperativas de crédito doaram um fuzil à 4ª Companhia. Assim como o armamento de grosso calibre, a instalação de câmeras de segurança em pontos estratégicos da cidade com uma central de monitoramento em nossa unidade ajudaria bastante no combate à criminalidade. Possuímos uma única câmera de segurança na área central da cidade, que não funciona há anos", concluiu.
O mesmo problema enfrenta a Polícia Civil, que conta com apenas dois investigadores e uma escrivã por plantão para solucionar os inquéritos instaurados na unidade.
De acordo com o delegado da 38ª Delegacia Regional de Polícia, Tristão Antônio Borborema de Carvalho, a maior parte do tempo dos policiais é dedicada à manutenção dos presos, que segundo ele, estão em desvio de função. "Os investigadores são obrigados a deixarem suas tarefas do dia a dia para revistar parentes de presos em dias de visita e levá-los às audiências de custódia no Fórum. Ainda assim, quase todos os inquéritos instaurados são solucionados no prazo. No entanto, é preciso desvincular urgente a Delegacia da Cadeia Pública, inclusive a estrutura predial, e ter o dobro de policiais na escala para obtermos os resultados ideais", disse o titular da delegacia.

SESP
Na manhã de ontem, o prefeito Pedro Claro de Oliveira Neto (DEM) e o deputado estadual Pedro Lupion (DEM) se reuniram em Curitiba com o secretário estadual de Segurança Pública, Wagner Mesquita de Oliveira, para tratarem do problema.
Conforme Oliveira Neto, o secretário se comprometeu a enviar mais duas viaturas à PM em setembro e aumentar o contingente policial na cidade. Quatro agentes de cadeia também serão nomeados.