Cornélio Procópio - Conforme o Departamento de Execução Penal (Depen), existe uma necessidade de criar aproximadamente 10 mil vagas em presídios no Paraná. Para diminuir o problema de superlotação em cadeias no Norte Pioneiro, o diretor-geral, Luiz Alberto Cartaxo Moura, diz que há um projeto concluído para a construção de um presídio com capacidade para 900 pessoas no Norte Pioneiro, no entanto, nenhuma cidade aceita receber a unidade. "Pretendo edificar uma cadeia pública no Norte Pioneiro, mas isso depende da vontade política. Há um estigma das cidades em receber os presídios", afirma. A intenção seria construir nas proximidades de Jacarezinho. "Para isso preciso apenas que um prefeito da região dê o terreno", disse Cartaxo.
Para Cartaxo, a vinda de um presídio pode ajudar as cidades. "Além de diminuir a falta de segurança que causa a superlotação das cadeias, existe o fator comercial. Presos precisam se alimentar, movimentando as vendas, além dos visitantes que também consomem na cidade. Basta ver o crescimento de Catanduvas após a instalação do presídio federal".
O diretor-geral do Depen explica que há sete projetos para a consolidação de sete mil vagas. "Esse ano vamos iniciar a construção de duas unidades. Assim que forem concluídas, iniciaremos as próximas, e o Norte Pioneiro pode ser contemplado".
O chefe de gabinete da prefeitura de Jacarezinho, Américo Alves Pereira, confirmou que houve negociações para a construção desse presídio. "As conversas iniciaram há cerca de dois anos, mas depois esfriou, hoje está parada". Segundo ele, não há inércia política. "É necessário que o governo do Estado volte a dialogar, para que possamos conversar com deputados e envolver todos os municípios da região nessa discussão", afirma.

BLOQUEADORES
Conforme o diretor-geral do Depen, uma licitação está sendo concluída para implantação de bloqueadores de sinal de celular ao redor de presídios e cadeias do Estado. "Ainda não existe esse sistema, pois é muito caro. O aluguel custa R$ 60 mil por mês por unidade prisional. Nossa proposta é contratar uma empresa que o implante, em troca da prestação de serviço de visita virtual aos presos", afirma.
A visita virtual seria um sistema que possibilita ao preso se comunicar com familiares por telefone. O serviço seria cobrado. "Isso não exclui as visitas pessoais, porém acredito que elas iriam diminuir, pois geralmente é dispendioso para as famílias se deslocar até os presídios. Com menos fluxo, melhora a fiscalização". O sistema iniciará pelos grandes presídios, para posteriormente chegar ao interior. (R.P.)