Riad - O presidente americano Donald Trump pediu neste domingo (21) aos países muçulmanos que lutem com determinação contra o "extremismo islamita", durante sua visita a Riad. Em um discurso muito aguardado, ele defendeu o isolamento do Irã, país que acusou de alimentar "os incêndios dos conflitos sectários e do terrorismo", o que agradou as monarquias sunitas do Golfo, entre elas a Arábia Saudita, que temem a influência de seu grande rival xiita. O presidente americano afirmou ser portador de uma mensagem de "amizade, esperança e amor", em declarações muito diferentes da retórica utilizada na campanha eleitoral, quando chegou a afirmar que o islã odiava os Estados Unidos.

Diante dos representantes de quase 50 países muçulmanos, Trump, cujo país luta desde 2014 contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque, insistiu na necessidade de que as nações do Golfo e Oriente Médio tenham um papel mais ativo na luta antiterrorista. Ele afirmou que chegou o momento de "enfrentar realmente a crise do extremismo islamita". A expressão é notavelmente diferente de "terrorismo islâmico radical", termos utilizados com frequência por Trump durante a campanha eleitoral e que provocava receio no mundo muçulmano.

Para Trump, a luta contra o extremismo islamita "não é uma batalha entre diferentes religiões", e sim "uma batalha entre criminosos bárbaros que tentam aniquilar a vida humana e pessoas decentes de todas as religiões que tentam protegê-la. É uma batalha entre o bem e o mal". "Os líderes religiosos devem afirmar com grande clareza: a barbárie não provocará nenhuma glória (...) Se escolherem a via do terrorismo, sua vida estará vazia, sua vida será breve", completou.

O presidente americano também pediu aos países muçulmanos que não se convertam em "santuário dos terroristas" e os "expulsem" de suas comunidades e locais de culto. Depois de citar os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos e todas as vítimas do terrorismo na Europa, África e Ásia, Trump recordou que "95%" dos afetados pelo extremismo são muçulmanos. Fiel à política adotada desde que chegou ao poder, ele evitou falar de direitos humanos diante de um grupo de governantes criticados com frequência pelas organizações internacionais.