Juba - O governo do Sudão do Sul declarou pela primeira vez várias zonas do país em situação de fome causada pelo homem, informaram nesta segunda-feira (20) agências humanitárias presentes neste país de 11 milhões da habitantes e onde quase metade da população passa fome.

Várias áreas do Estado de Unidade, no norte do país, estão em situação de "fome ou risco de fome", provocada pela guerra que atinge o Sudão do Sul há mais de três anos, declarou à imprensa Isaiah Chol Aruai, presidente do Gabinete Nacional de Estatísticas do Sudão do Sul.

Nesta segunda-feira, três organizações da ONU - o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e Programa Alimentar Mundial (PMA) - indicaram que os 100 mil moradores de Unidade são vítimas da fome. Além disso, um milhão de sul-sudaneses corre o risco de ser afetado pela fome nos próximos meses.

"Uma declaração formal de fome significa que a população começou a morrer de fome", indicaram as três organizações em um comunicado conjunto. "A situação é a pior catástrofe deste tipo desde que começaram os enfrentamentos no país africano há mais de três anos."

O Sudão do Sul conquistou sua independência em 2011 e em dezembro de 2013 se afundou em uma guerra civil que deixou dezenas de milhares de mortos e mais de 3 milhões de deslocados.