Valparaíso - O presidente do Chile, Gabriel Boric, anunciou neste domingo (4) um balanço de 64 mortos nos incêndios florestais que castigam a região de Valparaíso, no centro do país, e garantiu que o número aumentará significativamente.

"Posso confirmar, com tristeza, que há 64 mortes. Esse número vai crescer, sabemos que vai crescer significativamente", disse o presidente, falando de Quilpué, uma área de colinas povoadas nos arredores de Viña del Mar.

Em Quilpué, a cerca de 90 km a noroeste de Santiago, a equipe da AFP observou setores de casas e veículos carbonizados. Ali, na sexta-feira, milhares de moradores ficaram horas presos no trânsito, tentando escapar, sob uma chuva de brasas florestais.

MAIOR TRAGÉDIA DESDE O TERREMOTO

"É a maior tragédia que tivemos desde o terremoto de 2010", disse Boric, referindo-se ao sismo de magnitude 8,8, que foi seguido por um tsunami, em 27 de fevereiro de 2010, e que deixou mais de 500 mortos.

Embora mais de 30 incêndios continuem ativos na região, as condições climáticas das últimas horas parecem dar uma trégua, um fenômeno típico da costa do Pacífico que produz muita nebulosidade, alta umidade e, por fim, diminuição das temperaturas.

.
. | Foto: Rodrigo Arangua - AFP

PAPA FRANCISCO

Os testemunhos comoventes das vítimas que perderam suas casas e famílias, assim como as imagens das chamas que cobrem colinas povoadas em Viña del Mar, região de Valparaíso, levaram o papa Francisco a comentar a catástrofe chilena.

Inclinando-se para fora da janela do palácio apostólico, o pontífice pediu que se reze "pelos mortos e feridos nos devastadores incêndios no Chile", depois do Ângelus dominical na Praça de São Pedro.

Os incêndios florestais começaram em meados da semana passada no centro e no sul do país, ao mesmo tempo em que chegava uma inédita onda de calor extremo.

Vários desses incêndios foram reativados de forma muito agressiva e rápida na tarde de sexta-feira, ameaçando milhares de pessoas que vivem nas colinas áridas da região de Valparaíso.