O presidente russo, Vladimir Putin: piadas, ironias e críticas ao falar sobre o escândalo nos Estados Unidos
O presidente russo, Vladimir Putin: piadas, ironias e críticas ao falar sobre o escândalo nos Estados Unidos | Foto: Yuri Kadobnov/AFP



Washington - Uma comissão do Senado que investiga uma suposta interferência russa nas eleições dos Estados Unidos e um possível conluio com a equipe de campanha do presidente Donald Trump solicitou nesta quarta-feira (17) que o ex-diretor do FBI (a polícia federal americana), James Comey, testemunhe ante o painel.
O presidente e o vice-presidente do Comitê de Inteligência do Senado enviaram a Comey uma carta "buscando seu comparecimento ante (o comitê) tanto em sessão aberta quanto fechada", indicou um comunicado do painel. Na terça-feira (16), Comey rejeitou uma reunião a portas fechadas.
A comissão, que investiga a alegada interferência russa durante a campanha presidencial de 2016, também pediu formalmente ao diretor interino do FBI, Andrew McCabe, para fornecer informações sobre qualquer reunião de Comey com funcionários da Casa Branca e o secretário de Justiça para abordar a questão da investigação sobre a Rússia.
O jornal The New York Times e outros meios de comunicação afirmaram na terça-feira que Trump teria pedido a Comey, em uma conversa em fevereiro, para que arquivasse a investigação sobre Michael Flynn, demitido do cargo de conselheiro de segurança nacional após a divulgação de contatos com Moscou.
O ex-diretor do FBI havia registrado por escrito essa conversa com Trump, percebida como uma tentativa de obstruir a justiça. A Casa Branca negou que Trump tenha feito tal pedido.
Ainda não foi divulgado se Comey aceitou o convite da comissão do Senado para depor.

PUTIN
O presidente russo, Vladimir Putin, zombou abertamente, nesta quarta-feira, do escândalo nos Estados Unidos devido às informações confidenciais que Donald Trump teria revelado ao chanceler russo Serguei Lavrov e propôs revelar a transcrição da conversa.
Putin falou pela primeira vez desde a explosão do escândalo que ameaça complicar as relações entre Washington e seus aliados. Em uma coletiva de imprensa em Sochi, no sul da Rússia, junto ao primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, o presidente russo misturou ironia e críticas para evocar o escândalo nos EUA.
Num primeiro momento, fez piada ao prometer uma "advertência" a seu ministro das Relações Exteriores porque "não compartilhou as informações secretas" com ele ou com o serviço secreto russo, o que provocou risadas de Serguei Lavrov e das autoridades russas.
Em seguida, mais seriamente, anunciou que "se a administração americana autorizar, estamos dispostos a fornecer a gravação da conversa entre Lavrov e Trump ao Congresso e ao Senado americanos".
Logo após o fim da coletiva de imprensa, o conselheiro do Kremlin, Yuri Ushakov, citado pelas agências russas, disse que não se tratava de uma "gravação de áudio", mas de uma transcrição "feita por uma pessoa especial que está presente nos encontros" deste tipo.