Imagem ilustrativa da imagem Presidente ordena cessar-fogo bilateral e definitivo com as Farc
| Foto: Ivan Valencia/AFP
Juan Manuel Santos celebrou acordo de paz com a guerrilha colombiana



Bogotá - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ordenou nesta quinta-feira (25) às forças militares o cessar-fogo definitivo com a guerrilha das Farc, que começará a vigorar na próxima segunda-feira e marcará o fim de um confronto de mais de meio século.
"Como chefe de Estado e como comandante em chefe das nossas forças militares, determinei o cessar-fogo definitivo com as Farc a partir da zero hora da próxima segunda-feira, 29 de agosto. Termina, assim, o conflito armado com as Farc!", anunciou, sob aplausos, o chefe de Estado na escadaria do Congresso.
O governo Santos e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia rubricaram na véspera, em Havana, um acordo de paz, cujo texto o presidente entregou nesta quinta-feira ao presidente do Senado, Mauricio Lizcano, para iniciar os trâmites de convocação do plebiscito que visa a referendar o que foi negociado.
As conversações em Cuba transcorrem desde novembro de 2012, sem o fim das hostilidades no terreno, uma condição imposta por Santos para, segundo ele, evitar o fortalecimento dos insurgentes.
No entanto, como demonstração de seu compromisso com os diálogos, as Farc realizaram várias tréguas unilaterais: nas festas de Natal e nas eleições gerais de 2014, entre 20 de dezembro de 2014 e 23 de maio de 2015; e entre 20 de julho de 2015 até agora.
O governo respondeu a este gesto da guerrilha marxista com a suspensão dos bombardeios aéreos a acampamentos rebeldes, mas mantendo sua função constitucional de combater grupos armados ilegais como as Farc.
Em julho passado, quando completou-se um ano desta medida, o Centro de Recursos para a Análise de Conflitos (Cerac) destacou o "altíssimo grau de cumprimento do acordo bilateral", pelo qual os conflitos entre as Farc e o Estado "caíram em seus níveis mínimos em 52 anos, tanto em número de vítimas, combatentes mortos e feridos e quanto de ações violentas".