Caminhoneiro abriu a carroceria em um estacionamento de supermercado em San Antonio, quando ouviu socos vindos do interior
Caminhoneiro abriu a carroceria em um estacionamento de supermercado em San Antonio, quando ouviu socos vindos do interior | Foto: Suzanne Cordeiro/AFP



Houston, EUA - O motorista James Bradley, 60, que dirigia o caminhão em que imigrantes transportados irregularmente morreram por falta de ventilação, no sul do Texas, declarou aos investigadores nesta segunda-feira (24) que não sabia que havia pessoas na parte traseira do veículo. O número de mortos na tragédia subiu para dez. As informações são da agência de notícias EFE.

Natural de Clearwater, na Flórida, Bradley disse que abriu a carroceria do caminhão em um estacionamento da rede de lojas Walmart em San Antonio, quando ouviu socos vindos do interior. O sistema de refrigeração não estava funcionando. "Ele negou saber que havia pessoas no caminhão e disse que as descobriu quando escutou socos e sacudidas quando saiu do veículo para ir ao banheiro", disse a promotoria do Texas. O motorista também afirmou que tentou ajudar os imigrantes que estavam presos na carroceria.

Bradley pode ser processado por transporte ilegal de pessoas com resultado de morte, um crime que pode ser punido com prisão perpétua ou até pena de morte. Segundo a imprensa local, Bradley tem um longo histórico criminal e chegou a ser preso várias vezes pelos crimes de roubo agravado, ameaças com armas mortais, agressão, fuga, além de inúmeras multas de trânsito.

Além das dez mortes, outros imigrantes seguiam internados em estado grave. A promotoria afirma que a polícia e ambulâncias atenderam uma chamada de emergência pouco depois da meia-noite de domingo (23) e encontraram o caminhão na parte de trás da loja do Walmart com oito imigrantes já mortos. O comunicado da promotoria não esclarece quem fez a primeira ligação para as autoridades, já que o motorista testemunhou que ligou para sua esposa, mas não para o telefone de emergências.

Não se sabe exatamente quantas pessoas estavam no caminhão. Segundo vários testemunhos, entre 70 e 180 estariam na carroceria para cruzar ilegalmente a fronteira entre EUA e México. No estacionamento, as pessoas encontraram cerca de 40 pessoas, muitas delas afetadas pela falta de oxigênio e pelo calor. Do total, 29 foram hospitalizadas, 17 delas em estado crítico.