Em comemoração aos seus 75 anos, Londrina ganhou duas cabines telefônicas no estilo inglês em dezembro de 2009. Os dois primeiros exemplares foram instalados pela Sercomtel no Calçadão da avenida Paraná, na região central. A homenagem aos colonizadores teve repercussão positiva e ao menos mais oito cabines foram espalhadas pela cidade em locais como o Centro Cívico, Lago Igapó e Biblioteca Municipal. Porém, com o uso cada vez mais raros dos telefones públicos, as cabines ganharam um papel figurativo.

No fim de tarde da última sexta (15), Carlos Maurício, 27, e Renata Conceição, 23, foram dos únicos que interagiram com uma das cabines do calçadão. Mas engana-se quem pensa que foi para fazer uma ligação. O casal de Cianorte (Noroeste) queria mesmo era ter uma foto para postar nas redes sociais. "A cabine é muito bonita, chama a atenção. Parece aquelas que a gente vê nos filmes", disse Renata. Já Maria Aparecida Oliveira, 34, foi atraída para uma das cabines pela curiosidade da filha, de dois anos. "Acho que a cor vibrante chama a atenção das crianças. Eu acho que dá um charme para a cidade."

Em tempos em que as conversas telefônicas deram lugar às mensagens, as cabines também são usadas para que alguns deixem seus escritos nada bem-vindos: marcas de vandalismo. Em alguns dos mobiliários de metal se vê pichações e inscrições feitas com objetos afiados. Dentro, algumas cabines também exalam cheiro de urina. "As pessoas não sabem cuidar do que têm. Não tem porque estragar uma coisa bonita e que pode nos salvar em uma emergência", indignou-se o vendedor Fábio Augusto, 33.

As cabines foram instaladas entre 2009 e 2011 e custaram à Sercomtel cerca de R$ 8 mil cada, incluídos a estrutura e o aparelho telefônico. A matéria prima utilizada na construção das cabines é o metalon e o processo de produção foi praticamente artesanal. Elas possuem 1,10 metro de largura e 2,50 metros de comprimento.