Enquanto os astrônomos equipados com sofisticados materiais se preparam para observar hoje o primeiro eclipse solar do novo milênio com a maior definição científica possível, os zimbabuanos mais supersticiosos temem que o mesmo seja um presságio de guerras, epidemias e fome. O fenômeno será visível na África austral e no Oceano Índico.
Segundo crenças tradicionais africanas e européias, um eclipse pode ser uma advertência do desencadeamento de desgraças: morte de dirigentes, guerra, seca, inundações ou enfermidades.
‘‘O eclipse do sol não é uma bênção para nós. Quer dizer que haverá problemas, derramamento de sangue e epidemias’’, declarou Peter Sibanda, porta-voz da Associação Nacional de Curandeiros do Zimbábue (Zinatha), para a France Presse.
‘‘Na África acreditamos que se Deus está aborrecido com os homens, isso é manifestado atráves do Sol ou da Lua’’, acrescentou.
Aeneas Chigwedere, historiador e vice-ministro de Cultura, explicou que os astros tinham grande importância para as populações da África austral antes da colonização.
As populações do Leste se identificavam com o Sol e as do oeste com a Lua. Todo eclipse – solar ou lunar – significava para eles ‘‘algo negativo’’, explicou. Para contra-atacar esses efeitos malignos, é preciso realizar cerimônias rituais dedicadas aos antepassados.
Os paranaenses poderão assistir a parte do eclipse na manhã de hoje, entre as 7h01 e 8h35. O melhor ponto para visualizá-lo será no Litoral do Estado, porque o sol nasce em cima do mar, sem obstáculo para observação.