Seul - O Conselho de Segurança da ONU realizará na terça-feira (23) uma reunião de emergência sobre a Coreia do Norte, que testou um novo míssil neste domingo (21). O encontro foi convocado a pedido de Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, segundo representante da missão do Uruguai, que ocupa a presidência rotativa do órgão no mês de maio.
O lançamento de um míssil de médio alcance foi confirmado por uma fonte da Casa Branca. "Estamos convencidos de que a Coreia do Norte lançou um MRBM, um míssil balístico de médio alcance", afirmou a fonte americana, que se encontra na Arábia Saudita, onde o presidente Donald Trump faz uma visita de dois dias. "Este sistema, testado em fevereiro pela última vez, tem um alcance menor que os mísseis lançados pela Coreia do Norte em seus três últimos testes", completou.
O teste ocorreu às 16h59 (horário local, 4h59 de Brasília) e o projétil voou cerca de 500 quilômetros para o Leste, por isso teria caído no Mar do Japão.
Antes, o Estado-Maior Conjunto sul-coreano indicou que não havia conseguido identificar o projétil. "A Coreia do Norte lançou esta tarde um projétil não identificado em Pukchang, na província de Pyongan, Sul", afirma um comunicado. Na semana passada, a Coreia do Norte havia lançado um míssil de médio alcance Hwasong-12, o primeiro deste tipo. O lançamento foi o 10º desde o início do ano.
Em 2016, o regime de Pyongyang disparou dezenas de mísseis e executou dois testes nucleares em sua tentativa de desenvolver um MRBM com capacidade de transportar uma ogiva nuclear até o continente americano. O presidente Trump afirmou que isto "não vai acontecer".
Pyongyang dispõe há algum tempo de mísseis com capacidade de atingir a Coreia do Sul (os Scud, com alcance de 500 km) e o Japão (os Rodong, com alcance entre mil a 3.000 quilômetros). O Hwasong-12 tem alcance estimado de 4.500 km e pode, em tese, atingir as bases americanas da ilha de Guam, no Pacífico.
Os especialistas consideram que com esses últimos testes a Coreia do Norte estaria pondo à prova o novo governo sul-coreano, do presidente Moon Jae-in, que chegou ao poder há quase duas semanas. A intenção é melhorar os laços com a Coreia do Norte, mantendo, ao mesmo tempo, o mecanismo de sanções.