O San Juan desapareceu na zona do Golfo San Jorge, próximo da província de Chubut, onde foi registrada sua última posição em 15 de novembro
O San Juan desapareceu na zona do Golfo San Jorge, próximo da província de Chubut, onde foi registrada sua última posição em 15 de novembro | Foto: Ministério da Defesa da Argentina/AFP



São Paulo - Um submarino argentino com 44 tripulantes está desaparecido desde a manhã quarta (15). A Marinha do país lançou uma operação de resgate, envolvendo duas corvetas e aviões de patrulha marítima.

O ARA San Juan estava em um exercício de vigilância na zona econômica exclusiva marítima argentina cerca de 400 km a leste de Puerto Madryn, na Patagônia (sul do país). Ele se dirigia de volta à sua base em Mar del Plata, ao norte, quando as comunicações foram interrompidas.

Há relatos na imprensa local de que houve um incêndio nas baterias do barco, mas a Marinha argentina não confirma a informação. Há poucos dados sobre o caso. Nesta sexta (17), havia um boato de que o barco havia sido encontrado, mas ele foi negado pelo porta-voz da Marinha.

A tripulação inclui Eliana María Krawczyk, 35, a primeira submarinista da América do Sul. Estados Unidos, Reino Unido e Chile ofereceram ajuda ao governo argentino com embarcações e imagens de satélite para encontrar a embarcação.

A circunstância evoca uma tragédia ocorrida no ano 2000, quando o submarino nuclear russo Kursk sofreu uma explosão no seu compartimento de armas e afundou no mar de Barents - os 118 tripulantes morreram, muitos por asfixia.

O San Juan é um aparelho bastante diferente. Menor em proporções, de propulsão que combina motores a diesel (para uso na superfície) e elétrico (quando submerso), é uma arma de patrulha e ataque com torpedos.

O San Juan foi completado em 1985, e passou por uma longa revisão para lhe dar mais 30 anos de vida útil, que acabou em 2013. A Marinha argentina, como suas Forças Armadas de forma geral, passam por um processo de degradação acelerada há muitos anos. Possui 11 navios principais de superfície, três submarinos, 16 embarcações de patrulha costeira, entre outros.

Avaliação do "Balanço Militar" do Instituto Internacional para Estudos Estratégicos, de Londres, considera que o país pode ter um incremento em sua capacidade militar sob o governo de Mauricio Macri, mas isso ainda é incerto. O gasto com defesa em 2016 foi de 0,92% do PIB - o Brasil gastou no período 1,4% do PIB, mas o número camufla fatos como o de que 73% do valor foi para pagamento de pessoal.