Imagem ilustrativa da imagem Os hackers são pops!
Se existe algo que chama a atenção em Watch Dogs 2 é o mundo aberto bem construído: a São Francisco retratada no game pulsa
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| Foto: Fotos: Divulgação
O game já ganha pontos com o novo protagonista: Marcos Holloway é bem mais carismático do que Aiden Pearce, do primeiro jogo


Por muito tempo – desde o início da disseminação dos computadores na década de 1980 – a cultura hacker esteve ligada a uma visão obscura, de invasão de sistemas e quebra de privacidade, roubo de senhas, e assim, claro, criminalidade no mundo virtual. Com o advento da cybersegurança e a importância da proteção de dados na rede, aos poucos há uma mudança de olhar sobre esses apaixonados por programação, pessoas com capacidade impressionante que, claro, podem usar a atividade para o bem ou para o mal.

Independentemente dos debates acerca dos hackers, o fato é que esta cultura está se tornando pop. Atualmente, o assunto está muito forte em duas plataformas de entretenimento: na série de TV Mr.Robot, estrelado pelo ator Rami Malek - um hacker problemático que permeia entre o mundo corporativo e o submundo das invasões ilícitas - e também nos videogames, com o lançamento do game Watch Dogs 2, em que um grupo de hackers se torna popular em São Francisco na luta contra o sistema computacional implantado pelo governo, que domina a vida das pessoas em diversas esferas tecnológicas.

A Ubisoft, produtora do game, sacando este movimento atual em torno do tema, convidou recentemente o ator Rami Malek (que já até usou sua imagem para o game Until Dawn) para uma partida de duas horas de Watch Dogs 2, no Twitch. Uma experiência de marketing que mostra como, de fato, a cultura hacker está entre nós e não há como voltar atrás. A reportagem da FOLHA jogou Watch Dogs 2 e comprova: como na série de TV, o game consegue trazer o assunto de forma profunda, com um conteúdo gigantesco, missões engraçadas e debates pertinentes acerca deste mundo exagerado de conexões e relações virtuais.

CIDADE VIVA
O game já ganha pontos com o novo protagonista. Marcos Holloway é bem mais carismático e "gente fina" do que Aiden Pearce, o personagem do primeiro Watch Dogs, lançado em 2014 e, que apesar da "hype", não agradou muito aos jogadores. Holloway ingressa no grupo hacker DedSec, que quer mostrar quanto o sistema ctOS 2.0 faz mal à população. De forma inteligente e descolada, ele permeia por uma São Francisco cumprindo missões bem variadas e cômicas, hackeando os mais diferentes sistemas e se tornando popular, inclusive nas redes sociais de dentro do game.

Aliás, se existe algo que chama a atenção é o mundo aberto bem construído de Watch Dogs 2. No primeiro jogo, Chicago era uma cidade cinzenta e sem vida. Em São Francisco, em cada beco você encontra uma novidade, um artista fazendo seus trabalhos, grafiteiros, pessoas tocando saxofone, além da possibilidade de hackeamento de pessoas, câmeras, diversos equipamentos, utilização de drones, entre outros gadgets. A cidade é viva, o que torna prazeroso realizar as missões secundárias ou mesmo andar à toa pelas ruas!

Em relação aos gráficos, o game é de encher os olhos. Ele roda liso a 1080p a 60 quadros por segundo. O período de dia a noite do game também traz variação de luzes incríveis. Além disso, os personagens amigos de Holloway nesta jornada hacker também têm suas peculiaridades, o que traz uma imersão bacana ao game. Já a jogabilidade se mostra honesta e o gamer não vai passar nervoso para realizar as missões simplesmente porque os controles não funcionam bem.

Watch Dogs 2, sem dúvida, traz uma experiência sobre o mundo hacker que talvez todos aguardassem no primeiro jogo. É algo atual, questionador e pertinente em relação ao mundo que vivemos hoje. Chega até um pouco atrasado, é verdade, mas valeu a pena esperar. Os hackers estão entre nós!