Segundo pesquisa global da TP-Link, cerca de 80% das pessoas se conectam através de dispositivos, como smartphones, notebooks, tablets. Quase 60% utilizam mais de um dispositivo, e 20% desses os utilizam simultaneamente. O cenário fica ainda mais complexo quando se fala de Internet das Coisas e casas inteligentes, que indicam que o número de objetos conectados à rede cresce exponencialmente. O aumento da demanda de internet dentro de casa exige melhor desempenho da rede Wi-Fi. Acontece que, quando uma rede de internet sem fio é instalada dentro do lar, o roteador costuma ficar próximo do ponto de internet, geralmente localizado em um canto da sala, escritório ou quarto, e o sinal de internet custa a chegar aos outros cômodos.

Já falamos na FOLHA de soluções para melhorar o sinal de Wi-Fi dentro de casa, e também sobre os repetidores de sinal. Mas uma solução mais recente e considerada a melhor até agora para ampliar a cobertura da rede no ambiente é o Wi-Fi Mesh, que chegou ao Brasil com o lançamento de um produto pela TP-Link na última terça-feira (05), conforme noticiamos no site da Folha de Londrina. A Google também já anunciou o seu produto, o Google Wifi, no exterior, mas ainda não há previsão de lançamento no Brasil, conforme informou a assessoria de imprensa.

Produto da Google com tecnologia Wi-Fi Mesh ainda não foi lançado no Brasil
Produto da Google com tecnologia Wi-Fi Mesh ainda não foi lançado no Brasil | Foto: Divulgação



O sistema Wi-Fi Mesh é formado por roteadores sem fio que podem ser posicionados em diferentes pontos da casa. Se o usuário possui apenas um roteador em casa, quando ele se desloca para longe dele, a conexão se perde ou fica prejudicada. No Wi-Fi Mesh, o usuário se mantém conectado, pois o conjunto de roteadores comunicam entre si, formando uma "malha" (por isso o nome Mesh), uma rede única, por onde é possível transitar sem ser desconectado ou sofrer interrupções.

"A maioria de nós obtém Wi-Fi em nossas casas através de um roteador centralizado, mas usar um único roteador para espalhar sinal por toda a sua casa é como esperar que uma única lâmpada ilumine todos os cômodos", comparou Ben Brown, gerente de Produto Sênior da Google, em post publicado no blog da companhia. "Paredes e a distância dificultam que um único dispositivo (roteador) envie um sinal forte para cada canto do lar, resultando em Wi-Fi lento e 'zonas mortas'", ele continua.

Adicionar mais um roteador à rede também não resolve o problema de qualidade do sinal, explica Hamilton Mattias, diretor de Marketing de Produtos para a Qualcomm (que desenvolveu a tecnologia para a TP-Link) América Latina. "Mesmo que se adicione um segundo roteador, isso não dá a experiência de transitar de um equipamento para o outro com uma transição suave, de modo que a aplicação continue correndo normalmente." Os repetidores, por sua vez, continuam interligados ao roteador principal, e não proporcionam uma boa experiência de navegação. "Ele vai estender sua rede, porém vai continuar interligado ao roteador principal, de modo a repetir o sinal para chegar a um segundo ponto", explica Fábio Appel, gerente de Produtos da TP-Link Brasil.

Deco M5, da TP-Link: kit com três unidades custa R$ 1.599
Deco M5, da TP-Link: kit com três unidades custa R$ 1.599 | Foto: Divulgação



"Quando agrego o sistema W-Fi Mesh, no momento que o equipamento do cliente está caminhando, ele transiciona quando aproxima do segundo sem interrupção, de maneira automática. Você consegue uma cobertura como se a rede fosse única no ambiente em que você está", conclui Mattias. A tecnologia também possui um sistema que "escolhe" o caminho menos congestionado e mais rápido para os dispositivos se conectarem à rede. Segundo Sanjay Noronha, gerente de Produtos da Google em outro post publicado no blog da companhia, a tecnologia "automaticamente te posiciona no canal mais 'limpo' e na banda mais ótima para o dispositivo".

Mercado
De acordo com Marcello Liviero, diretor comercial da TP-Link no Brasil, o Wi-Fi Mesh já representa 30% do mercado de roteadores nos EUA. No Brasil, o Deco M5, da TP-Link, chegou ao mercado em agosto pelo preço de R$1.599 o kit com três unidades. Cada uma cobre uma área de 100 metros quadrados e suporta até 50 dispositivos. Lá fora, cada unidade do Google Wifi custa US$ 129, e cobre o equivalente a 135 metros quadrados. O pacote com três unidades da Google custa US$ 299 e cobre mais de 405 metros quadrados.

Melhor relação sinal-ruído
Segundo explica Wilson Cardoso, membro do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) e chefe de Soluções para América Latina na Nokia Siemens Networks, a rede Wi-Fi Mesh oferece a melhor qualidade de sinal Wi-Fi porque busca, nos pontos de acesso Wi-Fi, qual o canal com a melhor relação sinal-ruído para transmitir dados. Os sistemas mais modernos fazem isso automaticamente.

No vídeo, a TP-Link faz uma demonstração mostrando que, usando a tecnologia, a conexão continua estável mesmo caminhando pelo ambiente com um dispositivo em videoconferência.



Para Cardoso, a rede Wi-Fi Mesh pode ser considerada a melhor solução de rede Wi-Fi atualmente, e indicada para grandes empresas e residências. No entanto, pode não ter bom desempenho em ambientes "poluídos", com a interferência de muitas outras redes Wi-Fi ao redor. "As redes ficam tanto tempo tentando se autoajustar que acabam não funcionando." Em aeroportos e shoppings, por exemplo, a rede Wi-Fi Mesh tem um melhor desempenho, explica o membro do IEEE, pois a mesma rede atende todo o ambiente.

Por outro lado, ele afirma que as vantagens da tecnologia são a maior oferta de banda, a configuração mais facilitada para o usuário e a simplificação do cabeamento, uma vez que dispensa os cabos de rede. Na visão de Cardoso, ainda são poucas as soluções disponíveis no mercado brasileiro muito devido ao desconhecimento que ainda há sobre a utilização e o valor agregado do produto, mas isso deve mudar.

(A repórter viajou a São Paulo a convite da TP-Link)