Imagem ilustrativa da imagem Londrina aposta em recursos do BID para revitalizar o Igapó
| Foto: Fábio Alcover


Há tempos, os londrinenses lamentam a precária infraestrutura e conservação de um dos principais cartões-postais da cidade, o Lago Igapó. Em 1995, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul) elaborou uma diretriz para obras de melhorias em toda a extensão do Ribeirão Cambé, que começa no município vizinho e passa por várias regiões de Londrina. Porém, até hoje, as ideias não saíram do papel por falta de dinheiro. Em 2012, parte dos projetos de revitalização foi apresentada ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) na tentativa de conseguir um financiamento para as obras. A expectativa é de que os cerca de 25 milhões de dólares sejam liberados neste ano.

Pelo menos essa é a aposta do presidente do Ippul, Nado Ribeirete. Ele conta que o dinheiro deve ser investido preferencialmente em obras na barragem e lagos 1 e 2. A Prefeitura de Londrina por pouco não perdeu a chance de conseguir os recursos. "O processo quase foi cancelado por falta de informações", conta. Duas pessoas foram destacadas para cuidar exclusivamente da papelada e dar sequência aos trâmites. A última informação que o Ippul tem sobre o processo, aponta Ribeirete, é de que a análise de dados estava sendo finalizada. Depois disso, o pedido seria encaminhado da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) à Casa Civil e, então, ao Senado. "Nossa esperança é de que o dinheiro seja liberado ainda neste ano", afirma.

A arquiteta, urbanista e gerente de projetos urbanísticos e edificações do Ippul, Amanda Salvioni Sisti, explica que, apesar de a barragem e o Lago 1 não estarem contemplados na proposta de financiamento encaminhada há cinco anos ao BID, se os recursos forem mesmo liberados, o Ippul fará uma revisão dos projetos. "Estamos estudando com mais ênfase a barragem e os lagos 1 e 2. Pretendemos fazer melhorias nesses três pontos", conta.

Para o Lago 2, por exemplo, o instituto prevê a reforma das calçadas, além de obras de manutenção nas pistas de caminhada, que hoje são de brita. "Estamos estudando transformar em concreto ou erguer muretas de contenção para evitar que os pedriscos se espalhem", afirma. Também estão previstos a instalação de piso tátil; implantação de ciclovias junto ao passeio público e internamente, permeando as árvores; manutenção das academias ao ar livre; instalação de novos bancos e lixeiras; melhorias na iluminação.

A arquiteta pondera que, apesar de o projeto parecer simples, o Lago 2 não possui muita área livre e plana como o aterro para comportar grandes intervenções. "Parece algo muito básico, mas nesse compartimento é o que seria mais importante", argumenta. Amanda lembra ainda que, nessa área, bastante utilizada pela população e muito urbanizada nos últimos anos, algumas melhorias foram executadas como contrapartida de Estudos de Impacto de Vizinhança (EIVs) por empresas da cidade, mas carecem de manutenção.

Para a barragem do lago, o Ippul planeja melhorar a iluminação, reformar os guarda-corpos, calçadas, ciclovias, refazer a pintura e paisagismo do entorno. No Lago 1, a intenção é construir calçadas. A arquiteta afirma que está em estudo, também, a possibilidade de construção de uma passarela para que os pedestres possam caminhar da Avenida Higienópolis, região do Iate Clube, até a Casa do Papai Noel. Por enquanto, a ideia está apenas no papel.