Na rua José Gabriel de Oliveira, no Vale das Araucárias, dois caminhões foram furtados em menos de um mês
Na rua José Gabriel de Oliveira, no Vale das Araucárias, dois caminhões foram furtados em menos de um mês | Foto: Gustavo Carneiro



O aumento das ocorrências de furtos e roubos de veículos em Londrina tem causado indignação por parte das vítimas que, em muitos casos, acumulam inúmeros prejuízos, além da perda do bem. Este é o caso de Cleberton Santos Moscardini, 35. No dia 21 de julho, ele deixou o caminhão, um Mercedes Benz 2217, estacionado em frente ao prédio onde mora, na rua José Gabriel de Oliveira, na zona sul da cidade. Por volta das 23h30, foi alertado pela mulher, que observava o movimento da rua pela janela, que o caminhão estava com os faróis acessos. Na mesma hora, Moscardini ligou para o pai, que mora no prédio ao lado e também usa o veículo. "Quando meu pai falou que não era ele que estava com o caminhão, já era tarde. O ladrão arrancou e fugiu em direção à rodovia", lamentou.

De acordo com os dados mais recentes da Sesp (Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária), o número de furtos e roubos de veículos em Londrina aumentou 88% no primeiro trimestre deste ano se comparado ao mesmo período de 2016, passando de 470 para 884 ocorrências. Os dados fechados de 2016 também apontam uma crescente neste tipo de crime. Foram 3.379 furtos e roubos de veículos em 2016 contra 2.267 no ano anterior. A estatística mostra ainda o aumento do uso da violência. Enquanto os furtos cresceram 24,6% entre 2015 e 2016, os roubos - ocorrências em que há uso de uso de violência ou ameça – aumentaram 103%.

Na região do Vale das Araucárias, onde Moscardini mora, o problema maior são os furtos. Quase um mês antes, outro caminhão havia sido furtado na mesma quadra. A vítima foi Paulo Eduardo Campanucci, 49. Ele também havia deixado o caminhão-baú, um Mercedes Benz 710, estacionado em frente ao prédio, mas ao contrário de Moscardini, só percebeu o furto no final da manhã do dia seguinte. "Estava saindo para almoçar e, quando olhei para rua e não vi o caminhão, já imaginei o pior", contou. Ao conferir as imagens das câmeras de vigilância, percebeu que o veículo foi furtado às 21h30 do dia 29 de junho. As imagens mostram também um carro sedan atrás do caminhão, que Campanucci imagina ter sido usado como batedor.

Segundo eles, furtos de objetos deixados dentro dos carros também se tornaram comuns no bairro. "As pessoas vêm visitar os moradores e deixam notebooks e outros pertences dentro dos carros. Quando voltam, encontram os vidros quebrados. Já virou rotina isso", relatou Moscardini.

Eles cobram mais policiamento na região. "É muito raro quando passa uma viatura aqui. Isso facilita muito a ação de criminosos. Precisamos da polícia mais próxima", argumentou Moscardini. "Aqui é um bairro ainda novo, com muitos terrenos vazios, e próximo da rodovia. Os bandidos inclusive deixam os carros roubados para "esfriar" aqui. O sentimento é de insegurança", expõe Campanucci. Os dois contam que têm pouca esperança de reaver os veículos.

De acordo com o setor de comunicação do 5º Batalhão da PM (Polícia Militar), o patrulhamento tem sido realizado em toda a cidade de forma constante para coibir os furtos e roubos de veículos e outros crimes, porém limitações impedem que as equipes estejam presentes em todas as ocorrências no momento em que elas acontecessem. Já segundo a Polícia Civil, a cada dez veículos roubados na cidade, sete são recuperados. No primeiro trimestre do ano passado, 281 veículos foram recuperados. Já entre janeiro e março deste ano, foram 627 veículos localizados pelas polícias.