O TJPR (Tribunal de Justiça de Justiça do Paraná) confirmou que o julgamento dos réus Eduardo Seidi e Terezinha de Jesus Guinaia, pai e avó paterna de Eduardo Shigematsu, será em Londrina. O júri está marcado para o dia 7 de março, às 9h. A menina de 11 anos foi encontrada enterrada no fundo do imóvel da família em abril de 2019 em Rolândia, quatro dias após ter sido vista pela última vez. Desde então, o julgamento já foi adiado pelo menos três vezes.

Em junho do ano passado, a defesa de Seidi fez o pedido ao STJ (Supremo Tribunal de Justiça) para que o julgamento fosse realizado fora de Rolândia por conta de toda a comoção que a morte da menina causou na região. A partir da decisão, o TJPR alterou para Londrina o local do júri, que motivou a interposição de um recurso por parte da defesa do pai da menina, alegando que a cidade é muito próxima ao local dos fatos.

Nesta segunda-feira (26), o desembargador Benjamin Acácio de Moura e Costa decidiu manter o julgamento em Londrina. De acordo com o documento, a decisão tem como base o Artigo 427 do Código de Processo Penal, que trata do pedido de desaforamento, assim como a economia e celeridade do processo. Em abril, a morte de Eduarda Shigematsu completa cinco anos.

Eduardo Seidi, pai da menina, é acusado de homicídio qualificado, tendo como qualificadores a asfixia, o recurso que dificultou a defesa da vítima e por ter sido praticado contra uma mulher em razão da condição de mulher. Além disso, ele também foi indiciado por ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Terezinha de Jesus Guinaia, avó paterna, é acusada pelos crimes de ocultação de cadáver e falsidade ideológica. O julgamento foi adiado pelo menos três vezes.

Tanto Ricardo Seidi quanto Terezinha de Jesus Guinaia foram presos no dia 30 de abril de 2019. Enquanto Seidi permanece preso na PEL 1 (Penitenciária Estadual de Londrina), Guinaia foi solta cerca de dois meses depois do crime. O julgamento dos réus está marcado para 7 de março, às 9h, e vai ser transmitido pelo canal do Youtube do TJPR (Tribunal de Justiça do Paraná). Os jurados que vão compor a banca já foram sorteados.

Em entrevista à FOLHA no final do ano passado, Douglas Rocha, um dos advogados de Seidi, afirmou que o pedido de desaforamento protocolado pela defesa tem como justificativa o fato de que o caso teve grande comoção em toda a região e que a casa de Seidi foi invadida e depredada. Além disso, segundo ele, ameaças foram publicadas em redes sociais direcionadas aos réus e aos advogados, sendo que parte das ofensas teriam sido feitas por pessoas que estavam na lista de possíveis jurados do caso, o que poderia comprometer a imparcialidade do julgamento.

A reportagem entrou em contato com Rocha nesta terça-feira (27), que disse que a defesa ainda irá avaliar a viabilidade de recorrer da decisão.