Para desviar da praça de pedágio, motoristas enfrentam poeira e solavancos na Estrada do Ceboleiro, em Rolândia
Para desviar da praça de pedágio, motoristas enfrentam poeira e solavancos na Estrada do Ceboleiro, em Rolândia | Foto: Anderson Coelho



Arapongas - Da estrada rural utilizada como rota de desvio é possível ver a praça de pedágio de Arapongas, na BR-369. Para ultrapassar a cancela na rodovia, motociclistas pagam R$ 4,10; motoristas em carros de passeio desembolsam R$ 8,20 e dos caminhoneiros são cobrados R$ 7 por eixo do veículo. Já na Estrada do Ceboleiro, reaberta no último sábado (27), o ir e vir é gratuito. Representantes do movimento "Tarifa Zero" aguardam posicionamento da concessionária Viapar, responsável pelo pedágio, para negociar a isenção da tarifa para moradores das cidades de Rolândia e Arapongas, separadas pelas cancelas. Porém, enquanto o encontro não é agendado, quem passa pela rota alternativa comemora a reabertura da pista.

O cenário com poeira e solavancos contrasta com a rodovia asfaltada e bem sinalizada. Ainda assim, o tráfego é intenso na estrada rural. "Aqui tem risco, mas vale a pena", disse o mecânico de manutenção industrial, Osmar Vieira. O morador de Rolândia trabalhou durante oito anos em Arapongas e agora prefere evitar o pedágio. "Por aqui [na Estrada do Ceboleiro] não gasto nem R$ 4. No pedágio eu ia deixar R$ 8,20 para ir e voltar", justificou.

Caminhões cruzam a via rural a todo instante. "Não sei se vale a pena, mas vou passar por aqui", afirmou um motorista que preferiu não ser identificado. O caminhoneiro José Lázaro Pereira mora em Arapongas e gasta R$ 49 apenas para carregar o veículo na cidade de Rolândia. "Concordo com a cobrança do pedágio, mas desde que seja um valor razoável", ponderou. "O dinheiro do caminhoneiro hoje vai tudo para pedágio e óleo diesel. O valor é muito alto porque eles não fazem melhorias na estrada. Só roçam o mato e remendam o asfalto. Falta assistência para os motoristas", criticou.

A reabertura do desvio do pedágio divide opiniões entre os moradores do bairro Ceboleiro, em Rolândia. Algumas casas ficam bem próximas à estrada rural. "Faço tudo em Rolândia para não ir para Arapongas. Agora para a gente fica bom. Incomoda mais o pedágio do que esse aumento no trânsito", contou o morador Sebastião Carlos Carneiro. "É uma falta de respeito. Agora é muita poeira. As crianças não podem mais andar de bicicleta. A gente não pode fazer mais uma caminhada. Acabou o sossego", declararam moradores que preferiram não se identificar.

O movimento "Tarifa Zero" conta com a participação de políticos, empresários e profissionais liberais. Em reunião na noite desta terça-feira (30), o vereador de Rolândia, João Ardigo (PSB), destacou que a intenção é que a negociação com os representantes da concessionária ocorra daqui a dez ou 15 dias. "A partir desta quarta-feira (31), o jurídico e um dos líderes do movimento vão redigir um documento para pedir a reunião com a Viapar. Já fizemos o manifesto. Eles sabem que existem o movimento. Queremos a reunião o mais rápido possível", destacou. A assessoria de imprensa da Viapar informou que a concessionária só vai se manifestar após reunião com os representantes do movimento, ainda sem data marcada.