Almoço servido na Concha Acústica foi organizado por jovens da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Londrina que se uniram à comunidade para fazer a refeição
Almoço servido na Concha Acústica foi organizado por jovens da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Londrina que se uniram à comunidade para fazer a refeição | Foto: Fotos: Fabio Alcover



Integrantes do grupo de jovens da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Londrina tiveram um Dia das Mães diferente da maioria dos adolescentes. Ao invés do tradicional almoço ao lado da família, eles optaram por celebrar a data tentando amenizar um pouco o sofrimento de pessoas que vivem em situação de rua em Londrina. Além de distribuírem gratuitamente dezenas de marmitas e copos de suco de laranja na Concha Acústica eles se uniram à comunidade local para fazerem juntos a refeição dominical.

A iniciativa foi proposta pela líder do grupo batizado de Geração 148, que faz uma referência ao trecho bíblico publicado em Romanos, 14.8. "Perdi minha mãe há 10 anos por conta de problemas renais que ela enfrentava. Passei por uma depressão muita profunda, mas consegui me recuperar. Ao invés de passar o Dia das Mães mergulhada na saudade, propus essa iniciativa aos integrantes dos grupos de jovens da igreja que frequento e todo mundo adorou a ideia", contou a atendente de telemarketing Ariane Tavares Valloto.

Ela destaca que dezenas de adolescentes das unidades das Igreja Adventista do Sétimo Dia localizadas nos jardins Marabá e Interlagos participaram da ação. "Começamos a arrecadar alimentos há uns 20 dias. Nossa intenção era montar uma tenda próxima aos bancos da Concha Acústica, instalar mesas e levar fogões para preparar todo a refeição no local. Tudo isso para que pudéssemos nos sentar junto com as pessoas que vivem em situação de rua e junto com elas fazermos uma grande ceia. Porém não tivemos a autorização da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina) para fazer dessa forma. Então improvisamos e resolvemos entregar as marmitas com comida de mãe preparada com todo o amor do mundo", enfatizou ao referir-se ao cardápio que incluiu arroz, feijão, macarrão, frango caipira e salada de alface.

Antonio Félix Amorin Filho, desempregado: "Se não fosse a atitude destes jovens, não teria o que comer no almoço de hoje"
Antonio Félix Amorin Filho, desempregado: "Se não fosse a atitude destes jovens, não teria o que comer no almoço de hoje"



Na avaliação da estudante Ana Cristina Silva, 15 anos, apesar do improviso a iniciativa atingiu seu objetivo principal. "Isso que a gente fez é tão singelo, mas faz com que repensemos muito na forma como a gente vê a vida. Ao invés de ajudar as pessoas é a gente que sai recompensado", afirmou ao lado da mãe que fez questão de acompanhar a ação do grupo. "É a primeira vez que passo o Dia das Mães na rua, mas está valendo muito a pena. Não faço parte da igreja, mas tenho que parabenizar os jovens por essa iniciativa tão bonita", ressaltou a auxiliar de serviços gerais Alessandra Lira da Silva.

O almoço comunitário também foi bastante elogiado por quem recebeu as marmitas. "Perdi minha mãe há dez anos e sinto muita falta da minha família. Se não fosse a atitude destes jovens, não teria o que comer no almoço de hoje", salientou o desempregado Antonio Félix Amorim Filho. "A gente recebe toda e qualquer ajuda com gratidão, ainda mais quando percebe que isso é feito com tanta boa vontade", conclui o soldador Daniel Correia da Silva.