Porto Alegre, RS- O terceiro banco público de células-tronco será criado no Rio Grande do Sul, somando-se a iniciativas semelhantes em fase de instalação em Campinas e no Rio de Janeiro. O primeiro passo foi dado, ontem, por um grupo de médicos, enfermeiros, biólogos, economistas, administradores e jornalistas que fundou o Instituto de Pesquisa com Célula-Tronco (IPTC).
A organização da sociedade civil de interesse público (oscip) vai captar recursos para comprar equipamentos e espera começar a coletar e a disponibilizar sangue de cordões umbilicais no início do ano que vem, anuncia a professora de hematologia das faculdades de Farmácia de Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS) Patrícia Pranke.
Antes disso, os interessados já podem seguir o exemplo do comentarista Paulo Roberto Falcão e da apresentadora de televisão Cristina Ranzolin, que doaram o cordão umbilical da filha Antônia, nascida no dia 12 de julho. O material foi coletado por Patrícia e ficará guardado no Hemocentro da Unicamp, em Campinas, até que o IPTC tenha suas próprias instalações e entre em operação. No futuro, poderá ser doado gratuitamente a alguém que dependa dele para seu tratamento.
As células-tronco prometem revolucionar a medicina pela capacidade que têm de regenerar a medula óssea e diversos tecidos do corpo humano viabilizando a cura de doenças hematológicas. O uso é facilitado porque a coleta é feita de cordões umbilicais que seriam descartados após o parto. ''Quando um banco conseguir armazenar cerca de seis mil bolsas de sangue a chance de qualquer pessoa achar um doador chega a 80%'', afirma Patrícia.