Assalto, tráfico de drogas, explosão de caixas eletrônicos e assassinatos. Esses são alguns dos crimes praticados por presos monitorados por tornozeleira eletrônica nos últimos meses no Estado. Apesar da reincidência ser considerada baixa pelas autoridades, aproximadamente 3% do total de detentos com tornozeleiras instaladas, as notícias de crimes praticados por monitorados são cada vez mais comuns. Desde outubro de 2014, cerca de 70 presos das regiões Norte e Norte Pioneiro já perderam o benefício da tornozeleira por reincidência no crime.
Somente em julho, dois detentos monitorados morreram em trocas de tiros durante assaltos em Londrina. Maurício José Sanchez, diretor do Centro de Reintegração Social de Londrina (Creslon), informa que desde outubro de 2014, quando a tecnologia começou a ser usada na região, 2.081 presos de Londrina e outras 32 comarcas judiciárias das regiões Norte e Norte Pioneiro já receberam as tornozeleiras. Deste total, 1.260 já tiveram os equipamentos retirados - a maioria por ter cumprido a pena - e 821 continuam sendo monitorados.
De acordo com Sanchez, existe um fator fundamental para se analisar a reincidência dos presos monitorados. Segundo ele, entre os detentos que passaram pelo tratamento penal do regime semiaberto no Creslon, o índice de reincidência é de 1,7%. Já entre os presos que ganharam a tornozeleira logo após deixarem as carceragens de delegacias, este percentual é mais de duas vezes maior, de 4,4%. "Aqui nós ficamos o tempo todo falando para ele não reincidir, disponibilizamos escola, cursos profissionalizantes, promovemos uma aproximação familiar. É diferente", compara.
Dos 821 presos monitorados atualmente na região, 290 passaram pelo Creslon e 530 saíram de comarcas judiciárias de cidades da região.

Repetir determinado ato, fazer a mesma coisa. Termo utilizado na área do Direito quando indivíduo comete o mesmo crime ou delito

Os números expõem a falta de vagas no regime semiaberto no Estado

O Programa Folha Cidadania é o desafio social da Folha de Londrina no combate ao analfabetismo funcional