Londrina - Policiais estão em alerta no Paraná por causa dos ataques a PMs que aconteceram no Estado e em São Paulo nas últimas semanas. Em São Paulo seis policiais foram mortos desde o dia 13 e no Paraná na última semana dois foram executados em Curitiba e Colombo, na Região Metropolitana da capital.
Outra razão para estado de alerta é uma carta interceptada na Penitenciária Estadual de Londrina (PEL II), a qual dá sinais sobre a possível vinda de criminosos de São Paulo para a região. Uma fonte anônima entregou a carta à FOLHA.
A Secretaria Estadual de Justiça (Seju) confirmou, por meio da assessoria, a existência da carta e informou que as polícias Militar, Civil e Federal foram alertadas. De acordo com a assessoria da Seju, o responsável pelo setor de inteligência da secretaria preferiu não dar entrevistas, mas confirmou que o caso está sendo investigado.
Uma fonte da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) confirmou que foram tomadas medidas de precaução. ''Aumentou policiamento, efetuando barreiras. Com essa situação, vendo ataque em outro Estado vizinho, aumenta a fiscalização'', comentou.
O diretor do Sindicato de Agentes Penitenciários do Paraná, Adilson de Moura, disse ontem que foi alertado por colegas policiais. Ele não sabia da existência da carta. ''Existe uma situação. A informação é para ficarmos alerta no final de semana. Está direcionado para policiais, mas não custa a gente (agente penitenciários) ficar em alerta. Até também devido às duas mortes de policiais em Curitiba, que não foram esclarecidas'', comentou.
Dois policiais militares foram mortos a tiros em Curitiba e Colombo entre a noite de sexta-feira e a madrugada de sábado passado. O policial da reserva Altamir Carneiro, 49 anos, foi atingido por seis tiros na Cidade industrial de Curitiba. A outra morte aconteceu na madrugada de sábado. O policial Gesiel Roberto da Luz, 38, foi morto com nove tiros em Colombo. O Comando da Polícia Militar do Paraná (PM-PR) descartou na segunda-feira ligação entre os dois assassinatos.
O titular da Delegacia de Homicídios em Curitiba, Rubens Recalcatti, que investiga a morte de Altamir Carneiro, afirmou ontem que não foi descartada a possibilidade de que a morte tenha relação com os casos em São Paulo. 'Em princípio não (tem relação). Mas não é descartável'', comentou. A reportagem buscou contato com delegado de Colombo que investiga a morte do outro PM, mas não conseguiu localizá-lo na tarde de ontem. O comandante regional da Polícia Militar em Londrina preferiu não dar entrevista.