Edna Mendes
Enviada a Nova América da Colina
O menor A.F.S., 13 anos, única testemunha do incêndio que matou oito pessoas da mesma família – seis crianças – na noite de sábado em Nova América da Colina, afirmou ontem à Polícia Civil de Assaí que viu a bóia-fria Terezinha Martins, 39 anos, atear fogo na casa onde as vítimas dormiam. Ela está presa desde a manhã de domingo e é a principal suspeita de ter incendiado o barraco na ‘‘Favela da Mina’’ onde moravam 13 pessoas. Um galão com vestígios de óleo diesel foi encontrado ontem na casa da bóia-fria. Terezinha nega as acusações.
O garoto disse à polícia que passava pelo local quando viu Terezinha espalhando óleo diesel em volta do barraco. Segundo ele, Terezinha percebeu a sua presença e tentou se esconder. O garoto afirmou que fingiu entrar em sua casa, e ficou observando Terezinha, que em seguida ateou fogo no barraco.
Segundo o delegado de Assaí, Maurílio Antonio Avelar, por ter menos de 14 anos, o garoto não pode servir como testemunha do suposto crime. Mas será o principal informante do caso.
Ontem, o Instituto de Criminalística de Londrina divulgou a informação extra-oficial de que o incêndio foi criminoso. O laudo oficial sobre o caso deve ser divulgado ainda nesta semana. A Polícia informou também que os corpos dos adultos foram encontrados próximo à porta, o que indica que eles tentaram sair do barraco.
Os moradores da ‘‘Favela da Mina’’ trabalham como bóias-frias. Moradores da ‘‘Favela da Mina’’ afirmam que na semana passada Terezinha jurou, durante colheita de café, que iria incendiar a casa de Maria Aparecida da Silva. Os vizinhos não acreditaram nas ameaças porque Terezinha é alcoólatra e constantemente ameaçava todos.
Segundo os vizinhos, a briga entre Terezinha e Maria Aparecida começou por causa de uma lata de óleo de cozinha. As duas mulheres chegaram a entrar em luta corporal. Depois disso, Terezinha teria ido até a casa de Maria e incendiado as roupas da família.
A mãe de Maria Aparecida, Maria de Fátima da Silva, disse ontem à Folha que na semana passada Terezinha chegou a se ajoelhar na roça e jurou que se não conseguisse matar Maria Aparecida e o marido dela, colocaria fogo na casa deles. ‘‘Mas a gente não levou isso a sério. Eu não consigo entender como ela teve coragem de acabar com a minha família’’, disse.
Maria de Fátima disse ainda que ninguém da família fala em vingança. ‘‘Somos todos muito religiosos e estamos pedindo que Deus faça a Terezinha confessar o crime. Se ela não for culpada, então, que a verdade seja descoberta, mas sabemos que ela é mᒒ, disse.Instituto de Criminalística de Londrina divulgou ontem informação extra-oficial apontando que fogo no barraco em Nova América foi provocado
Carlos AlmeidaViolênciaRestos do barraco incendiado em Nova América da Colina. No detalhe, a bóia-fria Mariza Lopes, que afirmou que Terezinha ameaçava as mulheres