Gabriel Sedemaka, 18 anos: "Tudo isso oferece a possibilidade de um outro universo com algo que te desprende da realidade"
Gabriel Sedemaka, 18 anos: "Tudo isso oferece a possibilidade de um outro universo com algo que te desprende da realidade" | Foto: Gustavo Carneiro



Noob, Lol, Lag, Fail e Hype. Se você nunca viu ou ouviu qualquer uma dessas palavras, não se preocupe. Elas não fazem parte de nenhum dicionário ou manual de português, mas sim das gírias mais utilizadas no mundo nerd, que na quinta-feira (25) comemorou o Dia Nacional do Orgulho Nerd. Com a chegada da tecnologia, este público ganhou uma nova versão, e agora também é conhecido como geek, que quer dizer alguém viciado em internet, tecnologia e computadores.

Esta mudança foi tão grande, que a imagem daquela pessoa superinteligente, franzina, que usa óculos e fica sozinha no pátio do colégio no intervalo ficou no passado e deu lugar para pessoas de gêneros variados, que organizam eventos temáticos e têm muito orgulho de assumir esse estilo de vida. "Nerd é um curioso. Não é somente aquele que vê filmes, mas aquele que lê, vai atrás e procura saber mais sobre coisas diferentes", define o estudante Gabriel Sedemaka, nerd assumido.

Fãs de quadrinhos, RPG, filmes, animes, mangás, games e de estarem sempre antenados nas ferramentas multimídia, os nerds ganharam nestas últimas décadas um mercado cultural só para eles, com youtubers, feiras e universos cinematográficos.

Gabriel não foge à regra e tem dezenas destes materiais. "Tudo isso oferece a possibilidade de um outro universo, com algo que te desprende da realidade. Então, o mais interessante nessas leituras e filmes, é que eles te ajudam a fantasiar esse outro universo", afirma ele, que tem 18 anos e desde a pré-adolescência começou a se aventurar neste ambiente.

Levantamento recente da Amazon, que leva em consideração vendas de livros e quadrinhos associados à cultura nerd, mostrou que Londrina é a 11ª cidade mais geek do Brasil. Este público é tão pop, que rótulos não os definem mais. "Hoje em dia não tem tanto preconceito. A nova geração de crianças, por exemplo, é nerd e isso prova que este significado não está relacionado somente a quem é estudioso", acredita o jovem que, caso venha a sofrer preconceito, já sabe o que dizer: "Sou nerd e daí?"

Aline Guariso Crepaldi, 16 anos, entrou no mundo geek por influência do irmão dez anos mais velho
Aline Guariso Crepaldi, 16 anos, entrou no mundo geek por influência do irmão dez anos mais velho | Foto: Gina Mardones



Foi por influência do irmão Fernando, quase dez anos mais velho, que a estudante Aline Guariso Crepaldi, 16, entrou no universo da cultura geek. "Ele jogava videogame e assistia filmes comigo. Foi assim que comecei a me interessar por esse assunto", conta ela, que apoia o irmão em um evento de cultura geek em Londrina, o Dreams World, cuja próxima edição será nos dias 10 e 11 de junho.

Apesar de ser aficionada pela saga Star Wars e jogos de videogame, Aline se considera eclética e também assiste seriados como Glee e filmes de ficção. O livro preferido, porém, é improvável. "Amo o livro Pollyanna desde criança", revela, referindo-se à história da menina que inventou o "jogo do contente" para lidar com as adversidades da vida.
Cursando o segundo ano do Ensino Médio, ela conta que gosta de ser nerd e não sente preconceito por essa escolha. "Hoje tem espaço para todos e me identifico bastante com essa tribo", diz.

Imagem ilustrativa da imagem Nerds com orgulho