Curitiba - Um pedaço de madeira de 29 centímetros foi o ponto de partida para que os peritos da Polícia Científica conseguissem comprovar a autoria do assassinato da adolescente Bruna Ferreira da Costa Ribeiro, de 11 anos, ocorrido em outubro numa chácara da zona rural de Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
O laudo final emitido pelo Laboratório de DNA do órgão apontou que o sangue encontrado no fragmento pertence a Moisés Alves, de 20 anos, primo da vítima, que cometeu o crime. Ele está preso desde 15 de outubro, mesma data em que o corpo da menina foi encontrado enterrado em uma cova rasa dentro de um matagal a 700 metros da chácara.
O fragmento de galho manchado de sangue estava em meio a palha e outros pedaços de paus utilizados para ocultar o corpo da adolescente. "O suspeito também apresentou uma lesão na mão direita, de onde provavelmente saiu bastante sangue que originou as manchas encontradas. Possivelmente um corte na tentativa de ocultar o corpo", ressaltou o responsável pelo Laboratório de DNA do Instituto de Criminalística (IC), Hemerson Bertassoni.
De acordo com ele, o trabalho realizado pelos peritos no local do crime foi "essencial". "Todos os vestígios foram colhidos cuidadosamente e analisados. A partir do DNA íntegro encontrado na madeira, conseguimos identificar que o rapaz esteve no local", apontou.
A polícia informou que, mesmo preso, o rapaz continuava negando o crime. Segundo o delegado operacional do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), Cássio Conceição, Moisés sustentava a versão de que a adolescente havia sido raptada por dois homens. "Durante a reconstituição já havia sido provado que a história que ele contava não era verdadeira. Desde o início percebemos que era uma mentira. Este laudo era o único elemento que estava faltando para comprovar a autoria do crime."
Conforme o delegado, o rapaz convenceu a menina a ir até o matagal e, com uma espingarda de pressão, bateu na sua cabeça e, posteriormente a violentou sexualmente e a esganou antes de enterrar o corpo. Ele será indicado pelo crime de homicídio, estupro e ocultação de cadáver e pode pegar até 40 anos de reclusão.