Imagem ilustrativa da imagem Integrante de grupo neonazista é preso em Londrina
| Foto: Divulgação/Polícia Civil


Um homem de 24 anos foi preso na manhã desta segunda-feira (11) na rua Bélgica, no Jardim Igapó, na zona sul, sob acusação de participar de um episódio de crime racial contra um advogado e ativista negro em Blumenau (SC). Segundo o investigador da Polícia Civil de Londrina, Márcio Ilkiu, a pessoa que foi presa em Londrina estava com panfletos que incentivam o ódio racial, que o preso classificou como "cartilha de ordem racial".

O delegado-chefe da 10ª Subdivisão da Polícia Civil, Osmir Ferreira Neves destacou que foram encontrados artefatos que serão periciados e que podem ser explosivos. Em seu corpo estão tatuados a frase "Hasta la vista antifascista" seguida das iniciais i.h, , que faz referência ao grupo paulista da qual ele faria parte; as palavras skinhead entre o desenho de duas suásticas; e o número 88, que faria alusão a um outro grupo que deu origem ao grupo i.h.

O mandado de busca e apreensão foi emitido pela Justiça catarinense a pedido do delegado Lucas Gomes de Almeida, da 2ª delegacia de Polícia de Blumenau (SC). A ação é um desdobramento no Paraná da Operação Hateless, que foi deflagrada em Santa Catarina e que resultou na prisão de cinco pessoas em Indaial, Blumenau e Itajaí no dia cinco deste mês.

Almeida destaca que essa fase da operação começou no fim de setembro deste ano, quando a Polícia Civil recebeu a denúncia de que um cartaz com os dizeres "negro, comunista, antifa (integrante de movimento antifascista), macumbeiros. Estamos de olho em você" foi afixado no muro da residência do advogado Marco Antônio André. O cartaz possuía um desenho de um integrante do movimento neonazista norte-americano Ku Klux Klan, com um capuz cônico que caracteriza o grupo, apontando o dedo para a residência de André.

O advogado Marco Antônio André destacou que mesmo com a prisão, ainda não há sentimento de que a justiça foi feita. "O meu trabalho ainda está começando do ponto de vista racial. O Brasil, por ser um país racista, possui esse preconceito histórico enraizado. Eu trabalho permanentemente no Núcleo de estudos afro-brasileiro da Universidade Regional de Blumenau e na Comissão da Igualdade Racial da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) , mas essas pessoas ainda vão continuar a cometer esses crimes", destacou.