Restaurante Universitário da UEL poderá ser afetado pelo contingenciamento imposto pelo governo estadual
Restaurante Universitário da UEL poderá ser afetado pelo contingenciamento imposto pelo governo estadual | Foto: Gustavo Carneiro



O governo estadual anunciou nesta quarta-feira (31) um contingenciamento em três instituições de ensino superior, entre elas a UEL (Universidade Estadual de Londrina), que teve R$ 6 milhões de recursos próprios bloqueados. A medida afeta ainda a UEM (Universidade Estadual de Maringá) e a Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná). As comunidades acadêmicas consideram o ato uma arbitrariedade.

O reitor em exercício da UEL, Ludoviko Carnasciali dos Santos, alerta que o bloqueio do dinheiro tem impacto direto no desenvolvimento de atividades ligadas ao ensino, pesquisa e extensão, e ainda suspende o pagamento de bolsas aos estudantes indígenas, mantidos por meio de programas de permanência. Para ele, a medida é uma tentativa de "controle político, retaliação, e resultado da negativa da UEL em aderir ao sistema de gestão em recursos humanos, o Meta 4". "O bloqueio destes recursos afeta o andamento de todas as nossas atividades acadêmicas, prejudicando o ensino em toda a sua extensão", expõe. "Coincidentemente, as três universidades não aderiram ao Meta 4", acrescenta.

Carnasciali diz ainda que a decisão do governo estadual impossibilita a aquisição de materiais de consumo, que vão desde os produtos de limpeza até os insumos utilizados em laboratórios, assim como a manutenção de equipamentos. O Restaurante Universitário está entre os setores que podem ser afetados pelo bloqueio de verba. Os diretores dos nove centros de estudos se reuniram na tarde desta quarta para discutir quais medidas deverão tomar para tentar reverter a decisão. Um ofício foi encaminhado à (Seti) Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior solicitando uma audiência com o governador Beto Richa para tratar da questão.

O reitor da UEM, Mauro Baesso, foi além e disse que, por conta da não liberação do orçamento (pedido de R$ 18 milhões de superavit) e do contingenciamento de R$ 800 mil, a Universidade fica sem condições de empenhar qualquer tipo de despesa para atividades de ensino. "É uma situação insustentável e pode levar ao fechamento da universidade", enfatizou. Segundo Baesso, com isso, a instituição não tem dinheiro para pagar as bolsas dos alunos de graduação e nem para empenhar qualquer material de consumo.

A reportagem procurou também a Unioeste, mas pelo adiantado da hora, ninguém atendeu às ligações na assessoria de imprensa. O deputado estadual Tiago Amaral (PSB) protocolou pedido de informações à Seti sobre o bloqueio de recursos. Por meio de nota, a Seti informou à FOLHA que "as universidades que tiveram recursos contingenciados podem fazer a solicitação de liberação para o Grupo Orçamentário Setorial da Seti, que encaminhará o pedido para análise da Secretaria de Estado da Fazenda".