Ex-funcionários e familiares de trabalhadores expostos ao amianto na antiga fábrica da Infibra, em Londrina, realizam assembleia neste sábado (11) para debater o ajuizamento de uma ação civil pública contra a empresa, que fechou as portas em 2003. Reconhecidamente cancerígeno pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), o amianto também causa outras graves doenças respiratórias e tem feito muitas vítimas entre pessoas que trabalharam nas fábricas de telhas, caixas d´água, divisórias e freios de automóveis brasileiras.

Imagem ilustrativa da imagem Ex-trabalhadores de Londrina vão cobrar indenizações por amianto
| Foto: Shutterstock



Trabalhadores expostos ao produto e familiares de pessoas que já faleceram vão cobrar na Justiça a indenização pelo adoecimento e até a morte resultante do contato com o produto. É o caso da coordenadora da filial de Londrina da Abrea (Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto), Márcia Rodrigues Gamba, cujo pai, Luiz Rodrigues de Souza, trabalhou na empresa de 1985 a 2003 e, dez anos depois, morreu vítima de asbestose, uma doença respiratória causada pelo amianto. "A ação coletiva é relativa aos prejuízos à saúde dos expostos ao amianto e prevê também indenizações a familiares de pessoas que morreram em função das doenças", diz.

No Paraná, conforme apurado em reportagem da FOLHA publicada em 18 de agosto, 16 mil trabalhadores foram expostos ao amianto nas últimas décadas, sendo pelo menos 500 deles funcionários da antiga Infibra, em Londrina. Conforme informações da Abrea, a antiga fábrica de Londrina tinha como sócio um grupo empresarial que tem sede na cidade de Leme, no interior paulista, e que não usa mais o mineral.

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As doenças do amianto são insidiosas e têm um longo período de latência, isto é, podem se manifestar até mais de 50 anos após o primeiro contato. Entre as doenças há a asbestose e placas pleurais no grupo das não malignas e diversos tipos de câncer, principalmente o de pulmão e o mais temido deles todos, chamado de mesotelioma ou o câncer do amianto. É um tumor raro, incurável e intratável.

Em Londrina, o ambulatório de doenças ocupacionais respiratórias do HC (Hospital das Clínicas) da UEL (Universidade Estadual de Londrina) já examinou mais de 200 trabalhadores expostos ao amianto na cidade. Conforme informações da Abrea, já existe uma vítima do mesotelioma maligno de pleura (membrana que reveste o pulmão) entre os ex-empregados da Infibra examinados.

SERVIÇO

Assembleia da Abrea em Londrina
Data: 11/11/2017, às 14 horas
Local: Salão Paroquial São José Operário à Rua Ruy Virmond Carnascialli, 486 – Jardim Leonor
Mais informações podem ser obtidas em www.abrea.org.br