Os professores da UEM (Universidade Estadual de Maringá) votaram na manhã desta terça-feira (14) pela suspensão da greve. Seguindo os passos da UEL (Universidade Estadual de Londrina), a UEM deliberou pela retomada do "estado de greve" docente.

Em vídeo publicado nas redes sociais do Sesduem, sindicato que representa dos docentes da UEM, Thiago Fanelli Ferraiol, presidente da seção sindical, disse que, mesmo com a suspensão, a instituição permanece em estado de greve e que vai acompanhar a tramitação do projeto do PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários) dos professores.

Apesar de ter ressaltado que o projeto deve ser encaminhado na semana que vem à AL (Assembleia Legislativa) do Paraná, Hussein Bakri (PSD), líder da base governista, disse na segunda-feira (13) que a equipe ainda está estruturando o tema e que a proposta deve ser encaminhada até o fim do ano legislativo, que entra em recesso a partir do dia 18 de dezembro.

“Essa assembleia deliberou também criar uma comissão que vai acompanhar essa proposta na Assembleia Legislativa do Paraná na segunda-feira [dia 20], então iremos para Curitiba com essa comissão para tentar ainda algumas alterações e melhorias nessa proposta e avançar com essa luta”, destaca.

Ferraiol disse ainda que o sindicato vai fazer uma exigência ao Cepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) para que seja feita a suspensão retroativa do calendário. “Para que os docentes possam repor suas aulas adequadamente e que os alunos tenham o direito às suas aulas”, explica.

Ferraiol ressaltou a manutenção do “estado constante de mobilização” com a formação de um grupo de trabalho para discutir a carreira docente. “O que foi proposto pelo governo é praticamente um tapa-buraco diante da pressão que a gente conseguiu exercer, agora a gente precisa realmente sentar em uma mesa de negociação e pautar as nossas exigências e a nossa carreira”, afirma. Por fim, ele disse que ficou acordado entre os docentes a realização de um seminário sobre a LGU (Lei Geral das Universidades) para "apontar os prejuízos que a medida traz para as instituições de ensino superior".

UEL

Durante o Paraná Faz Ciência, realizado na UEL entre os dias 7 e 10, o comando de greve regional se reuniu com o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona. César Bessa, presidente do Sindiprol/Aduel (Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Estadual de Londrina e Região), disse que o secretário explicou a trajetória das “idas e vindas” do governo após a suspensão da greve docente de julho, inclusive ressaltando o posicionamento de que o governador não iria fazer com que o projeto de lei andasse caso houvesse greve.

Ele salientou que não houve acordo entre as partes e que o que ficou definido durante a reunião foi o alinhamento das universidades, visto que só a UEL e a UEM estavam em greve naquele momento, em um estado de greve e em um comando de mobilização. “Foi isso o que foi decidido aqui em Londrina. E esse comando de mobilização [vai] atuar junto à Assembleia Legislativa no trânsito, tentando agilizar, o andamento do PCCS, inclusive tentando melhorar os índices destinados ao adicional de titulação aos especialistas e aos mestres, que em face do adicional de titulação dos doutores ficou muito aquém, muito abaixo”, esclarece.