O início de 2022 será marcado pela solidariedade de um grupo que partirá de Londrina para ajudar desabrigados atingidos pelas enchentes no Nordeste. As vítimas das fortes chuvas que atingiram a Bahia receberão um grupo de voluntários do Jardim Marabá (zona leste), que embarca no fim de semana. Eles integram o projeto SOS Catástrofe, que foi criado em 2008 para ajudar em situações semelhantes. A origem do grupo é de Presidente Prudente (SP) e hoje eles possuem sedes em vários municípios, inclusive Londrina. De acordo com Luiz Baldez Júnior, incialmente o grupo era ligado a uma igreja evangélica, mas logo se tornou independente. Ele ressaltou que o grupo já participou de outros eventos que ganharam os noticiários pelas perdas que geraram.

Ubaíra foi um dos municípios baianos mais atingidos pelos temporais que obrigaram 91.258 pessoas a deixar suas casas no estado.
Ubaíra foi um dos municípios baianos mais atingidos pelos temporais que obrigaram 91.258 pessoas a deixar suas casas no estado. | Foto: Fernando Vivas/Governo da Bahia/AFP

“Nós já atuamos na enchente na região do Vale do Itajaí (SC), em 2008, quando teve aquela grande enchente. Nós também atendemos Guaraciaba, no outro extremo de Santa Catarina, quando aconteceu a passagem do primeiro tornado registrado no Brasil. Também fomos para a região serrana do Rio de Janeiro, onde aconteceu um grande desastre lá na região dos lagos devido aos deslizamentos provocados pelas chuvas. Naquela época ficamos em Petrópolis e Teresópolis. Também estivemos com uma pequena equipe em Brumadinho (MG), quando houve o rompimento da barragem, para ajudar em algumas situações por lá”, destacou Baldez.

“Nós vamos ficar em uma escola em Itabuna (BA), que a prefeitura de lá já cedeu para ser a nossa base. A comida é por nossa conta. Vamos nos organizar e preparar para não dar trabalho.” Ele explicou que a base será lá, mas não sabe se será designado para atuar em outras localidades. “A gente fica à disposição dos Bombeiros e da Defesa Civil. São eles que vão coordenar tudo. A intenção é ficar ali de 15 a 20 dias. Esse é o prazo mínimo, mas a gente pode estender até um mês esse trabalho.”

Ele ressaltou que o grupo que sairá de Londrina é composto por quatro pessoas: ele, Danilo Ribeiro, Tatiana Engman e Isabela Engman. No dia a dia eles são respectivamente coach de emagrecimento, serígrafo de camisetas, funcionária de um despachante do Detran e uma estudante. “No entanto, se mais pessoas estiverem interessadas em participar dessa missão, podem entrar em contato comigo pelo WhatsApp”, destacou. “A gente combina como a pessoa pode ir para lá, se vai de carro, de avião, ou como ela puder ir”, ressaltou.

Baldez relatou que o grupo nasceu por uma questão de empatia. “Em 2008 eu só pensava o seguinte: se ocorresse comigo, na minha cidade, o que eu gostaria que alguém fizesse pela minha cidade, pelo meu povo? Eu gostaria que as pessoas pudessem doar o seu tempo, a sua energia, os seus recursos para que eu pudesse voltar a ter uma vida normal”, ressaltou. “É por isso que a gente continua. Sempre que podemos procuramos mobilizar as pessoas a participar dessas ações.”

Mas para colocar em prática tudo isso é preciso ajuda das pessoas. “Como o trabalho é voluntário, depende das doações por Pix. Esse apoio serve para ajudar nas despesas de combustível e pedágio e também para levantar recursos para a população de lá, que precisa de água e cestas básicas. O que a gente conseguir a gente vai comprar.” O grupo possui contatos com as cidades vizinhas e as compras serão realizadas nessas localidades. “A gente sabe que os recursos chegam, mas nem sempre são suficientes.” Ele ressaltou que há regiões isoladas e que foram igualmente atingidas, contudo o socorro não conseguiu ter acesso a esses espaços.

Quem quiser doar recursos pode encaminhar um pix para a chave [email protected]. Os que quiserem se tornar voluntários podem entrar em contato pelo WhatsApp (18) 98109-2064.

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