Nesta sexta-feira (27) choveu 125,6 milímetros em Londrina, entre meia-noite e 16 horas. Segundo o meteorologista Paulo Barbieri, do Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná), a média histórica para o mês de outubro é de 152 milímetros durante o mês inteiro. "Mas até o dia 26 já havia chovido 147,6 milímetros, quantidade que se somada ao volume desta sexta-feira ultrapassa 270 milímetros", apontou.

Segundo ele, esse fenômeno ocorreu porque há uma área de baixa pressão no Paraguai ao mesmo tempo em que uma frente fria se desloca do oceano e tem influenciado todo Sul do País. "Nos últimos dias temos registrado chuvas em todo Estado". Ele ressalta que a chuva continua neste sábado (28), em menor volume, e entre domingo e segunda-feira volta a chover forte, com possibilidade de temporais.

Imagem ilustrativa da imagem Chuva supera média histórica e causa problemas
| Foto: Ricardo Chicarelli



O volume de chuva causou alguns problemas pontuais. Na avenida Jorge Casoni (centro) o asfalto acabou cedendo nas proximidades da rua Potiguares, próximo ao estádio Vitorino Gonçalves Dias. O frentista Alexandre César apontou que por volta do meio-dia, veículos acabaram danificando mais o asfalto ao passarem por ele. "Primeiro passou um carro, que levantou o asfalto e logo depois passou um ônibus, que terminou de estragar tudo", relatou.

Na avenida Guilherme de Almeida (zona norte) as duas pistas chegaram a ficar tomadas pela água e foi necessário que operários da prefeitura escavassem um canal com uma retroescavadeira para escoar a água nas marginais da via.

Na Escola Estadual Jamile Dequech, no Conjunto Jamile Dequech (zona sul) houve goteiras provocadas pela quebra de algumas telhas durante a instalação de câmeras de segurança e como não houve tempo de substituí-las, a água acabou infiltrando pela laje e foi necessário colocar baldes para conter a goteira. Na Unidade Básica de Saúde Dr. Walter Zamarian, no Parque das Indústrias (zona sul), também houve goteiras e foi necessário a remoção dos medicamentos do local. A UBS da Vila Brasil também teve de ser fechada por um breve período devido às goteiras na unidade. A rodoviária também apresentou um volume grande de água escorrendo por suas paredes. No Jardim Franciscato (zona sul) houve danos em uma galeria pluvial na rua Tadao Ohira.

BARRAGEM DO LAGO

Um engenheiro foi à rua Almeida Garret, ao lado da barragem do lago Igapó, também na zona sul, depois que houve o deslizamento parcial de um talude, para avaliar a necessidade de interdição da via, que acabou sendo fechada no final da tarde. Para os motoristas que estiverem no trecho da Rua Almeida Garret, na continuação da Avenida Harry Prochet, a Secretaria liberou parcialmente o tráfego pelo novo contorno do Arco Leste, que interliga com a Rua Bélgica. Ou seja, quem está no sentido prefeitura, deve trafegar pela Harry Prochet, depois Otaviano Félix, depois, rua Bélgica. Na rua Bento Munhoz da Rocha Neto (zona sul), pontos de alagamentos foram registrados na marginal do lago Igapó II.

O Secretário Municipal de Obras, João Alberto Verçosa Silva, afirmou que manterá uma equipe de prontidão para atender eventuais emergências como a que ocorreu na avenida Guilherme de Almeida. "A população pode relatar os problemas para a Defesa Civil pelo telefone 199, que ela nos encaminhará as demandas", explicou.

PARQUE ARTHUR THOMAS INTERDITADO

A Secretária Municipal de Ambiente, Roberta Queiroz Silveira, informou que o Parque Arthur Thomas permanecerá interditado por motivo de segurança até terça-feira (31). "Ainda não tivemos problemas, mas o lago do parque, que fica no final da bacia do Ribeirão Cambé, em momentos em que a chuva está mais intensa está transbordando. Quando a chuva para, reduz o volume e o escoamento é rápido. No período de chuva a visitação não é recomendável por conta das trilhas escorregadias", explicou.

Próximo dali, a rua Charles Lindemberg, no jardim Califórnia (zona leste), também foi interditada porque a ferragem para a reconstrução da ponte foi levada pela chuva e isso aumentou o risco de acidentes no local. "Interditamos por questão de segurança", afirmou o secretário João Verçosa.

No caso de alagamentos, desabamentos ou quedas de árvores, a comunidade pode entrar em contato com a Defesa Civil no telefone 199, ou pelo 193 do Corpo de Bombeiros.

QUEDA DE ENERGIA

No município de Londrina, foram registrados desligamentos nesta sexta-feira em aproximadamente 5.800 domicílios da rua Araguaia e na região abaixo da avenida Leste-Oeste, além da região de condomínios ao longo da Rodovia Mábio Palhano, onde cascas de árvores voaram sobre a fiação, causando curto-circuito. A maior parte destes imóveis já foi religada.

Em outros municípios do Norte paranaense, a região mais atingida foi a dos municípios de Wenceslau Braz, Ibaiti, Siqueira Campos e proximidades, onde já se contabiliza 30 postes quebrados, dezenas de cabos rompidos e transformadores queimados na rede elétrica. Sete equipes de manutenção e duas equipes de construção de redes dão apoio aos trabalhos na região, que devem seguir durante o final de semana. De acordo com o supervisor de manutenção Marcos Arca Carmona, a maior concentração de chamados está nas áreas rurais. "Principalmente em Wenceslau Braz, quebraram muitos postes em locais de acesso difícil, e as equipes têm que levar o poste a pé até o local do serviço".

No Vale do Ivaí também houve desligamentos e o trabalho deve se estender pelos próximos dias para atendimentos individuais. Em Cambira, um circuito rural teve cinco postes quebrados e as equipes de construção de rede estão realizando a manutenção utilizando postes de fibra de vidro, que são mais leves e pode ser carregados a lugares em que os caminhões não chegam. Outro poste foi quebrado em Arapuã.

Em Cascavel, a passagem da tormenta interrompeu o fornecimento para cerca de 10 mil residências e empresas entre as 8 e as 9 horas da manhã, depois de danificar três redes alimentadoras de energia. Houve rompimento de cabos de alta tensão e cinco postes da rede de distribuição de energia da Copel foram derrubados em sequência.

(Atualizada às 19h04)