O surgimento de casos de meningite – como o que vitimou Arthur Lula da Silva, 7, neto do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, no início do mês – soa com uma alerta para os pais. Apreensivos, dobram os cuidados com higiene e evitam locais fechados como precaução, assim como correm para as clínicas especializadas em vacinação. Somente na unidade relacionada ao Hospital Evangélico de Londrina, a procura aumentou dez vezes e nos últimos 15 dias já foram aplicadas 450 doses da vacina que imuniza contra o tipo B da doença – há ainda a vacina ACWY que imuniza os efeitos das bactérias meningococo dos tipos A, C, W e Y, ambas não são oferecidas pela rede pública de saúde. Na clínica de imunização da Unimed em Londrina, o número de doses aplicadas saltou de 294 durante o mês de fevereiro para 1.900 doses entre 1º de março e a manhã desta segunda-feira (18). Mesmo com o custo de R$ 560 cada dose, no caso do tipo B, e R$ 340 a ACWY, as salas de espera ficam cheias. “Basta ver o caso na televisão para ficar com a preocupação na cabeça. O pediatra alertou para a importância e viemos vacinar”, explicou a secretária Valmira Costa Bruna, 42, que levou o filho Alan Bruna, de 1 ano e 7 meses para ser imunizado.

“O pediatra alertou para a importância e viemos vacinar”, explicou a secretária Valmira Costa Bruna, 42, com o filho Alan
“O pediatra alertou para a importância e viemos vacinar”, explicou a secretária Valmira Costa Bruna, 42, com o filho Alan | Foto: Gustavo Carneiro

Apesar do alarmismo, a secretaria estadual de Saúde afirma que o número de casos da doença em seus diversos tipos está dentro da média de anos anteriores. Segundo dados oficiais, em 2019 já foram registrados 222 casos e 17 mortes, no Paraná. No ano passado, foram 1.621 registros e 108 mortes, os números ainda podem sofrer alteração. Já em 2017 foram 1.675 e 96 mortes e, em 2016, 1.287 doentes e 107 pessoas que morreram. Os registros não são considerados nem surto ou epidemia. Isso porque são tipos diferentes da doença e ocorrem numa área dispersa. “A meningite é causada por uma série de micro-organismos como vírus, bactérias e fungos e até por consequência de outras doenças como sarampo e pneumonia. Basicamente o que a população pode fazer para se prevenir é seguir o calendário de vacinação”, alertou a superintendente de Vigilância em Saúde da secretaria de estadual, Acácia Masr. A rede pública oferece quatro tipos de vacinas que previnem contra meningite ou contra doenças que podem evoluir para meningite: Meningo C, Pneumo 10-Valente, Haemophilus influenzae e BCG.

A prevenção básica é a correta vacinação, mas alguns cuidados podem ser redobrados para proteger como evitar ambientes fechados, lavar as mãos e aumentar a higiene de objetos utilizado por crianças. A transmissão é basicamente como outras infecções virais e causada especialmente por via oral. Apesar de os cuidados serem conhecidos, as taxas de vacinação estão abaixo do esperado pelas autoridades de saúde. Os dados da secretaria estadual de Saúde apontam que a cobertura vacinal de menores de 1 ano no Paraná, em 2019, é de 86,46% para a vacina Meningocócia Conjugada C, 85,89 % para a Pentavalente e 85,89% para a Pneumocóccica. “Esse é o principal cuidado que os pais podem ter e mesmo assim há um grupo de crianças que não está protegido. É importante lembrar que apresentar a carteira de vacinação em dia é uma obrigação na matrícula escolar”, lembrou Masr. A especialista detalhou que 60% dos casos é causada por vírus e 30% por bactérias, e ainda fez questão de tranquilizar a população, lembrando que, apesar da seriedade da doença, há cura. “Diante dos primeiros sintomas como dor de cabeça persistente, rigidez na nuca, febre, convulsão e vômito, os responsáveis devem buscar uma unidade de saúde para exames clínicos e laboratoriais”, explicou. Em crianças com menos de 1 ano são notados choro persistente e inchaço na moleira. (Colaborou Viviani Costa)

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