Londrina – A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) apreendeu no fim da manhã de ontem um caminhão e material reciclado da Cooperativa dos Profissionais da Reciclagem de Londrina (Coocepeve) no Jardim Tarumã (zona leste). A cooperativa, que não tem mais contrato com o município, estaria realizando o trabalho de reciclagem porta a porta nas residências de forma irregular. A Polícia Militar (PM) precisou ser acionada para recolher o veículo.
Segundo a CMTU, a denúncia partiu de um morador, que comunicou aos servidores da companhia que faziam um trabalho de educação ambiental na região. O objetivo é justamente comunicar que a Coocepeve não é mais responsável pela coleta no bairro.
"A cooperativa não está mais vinculada ao município e por isso não tem permissão para fazer a coleta. A Coocepeve será autuada de acordo com o Código de Posturas", ressaltou o diretor de Operações da CMTU, Gilmar Domingues. O valor da multa, que ainda não foi arbitrado, pode variar de R$ 60 a R$ 3 mil. De acordo com o diretor, a Companhia não tem informações se a Coocepeve estaria realizando coleta em outros bairros.
A presidente da Coocepeve, Sandra Araújo, criticou a ação, segundo ela, exagerada da CMTU. "Essa é a maneira deles conversarem. Não tinha necessidade de fazer isso. Nós sempre fomos coletores e isso é o que sabemos fazer. Não obrigamos nenhum morador a nos fornecer o material. Por acaso agora a rua virou exclusividade de alguém?", questionou.
Segundo Sandra Araújo, apesar de não receber da CMTU desde maio, a Coocepeve continua pagando em dia os aluguéis dos barracões, que estariam, inclusive, sendo utilizados pela Cooper Oeste como depósito dos materiais recolhidos.
A Coocepeve possui hoje 25 coletores de rua e cinco caminhões. "Vamos continuar trabalhando até porque ninguém que ir para outras cooperativas", garantiu a presidente. O contrato da Coocepeve foi encerrado no último dia 10.
A CMTU alegou que desconhece a prática do uso de barracões da Coocepeve por parte de outras cooperativas. "O caminho a seguir é que esses coletores se vinculem a outras cooperativas para serem inseridos de forma legal no processo. Na clandestinidade não será possível", adiantou Domingues.