Brasília – O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse nesta segunda-feira que o problema dos dependentes de drogas removidos pela prefeitura de São Paulo da região da Cracolândia, no centro da cidade, no último dia 21, deve ser enfrentado. Barros preferiu não julgar as ações adotadas na capital e disse que os prefeitos têm que oferecer uma solução para suas questões.
"Temos ações descentralizadas no SUS (Sistema Único de Saúde), mas cada gestor age da forma como entende que é necessária. No caso da Cracolândia, esperamos que se encontre uma maneira conciliatória de recuperar essas pessoas para a sociedade", disse.
A prefeitura de São Paulo chegou a pedir à Justiça autorização para internar compulsoriamente os dependentes químicos que viviam na Cracolândia e que agora estão espalhados pelo centro da cidade. No domingo (28), a pedido do Ministério Público e da Defensoria Pública, o Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu a decisão que permitia a remoção.
Segundo Ricardo Barros, o Departamento de Saúde Mental, no Ministério da Saúde, vem acompanhando a situação. Ele destacou que o SUS não tem política para internação compulsória, assim, cada cidade avalia a medida mais adequada a ser adotada. "O Judiciário sempre acaba sendo acionado para dirimir este conflito de direitos, de alguém que quer morar na rua e de alguém que quer usar a calçada para poder transitar", afirmou.
Em reunião na sede da Fiep (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Barros discursou para representantes de entidades e empresários e garantiu ser impossível que haja redução do orçamento para a Saúde. "Educação e saúde terão orçamentos crescentes. As demais áreas do governo vão ter que enxugar."