Kaloré – A tranquilidade dos moradores de Kaloré (Centro-Norte) foi abalada na madrugada de ontem com a explosão das três agências com caixas eletrônicos da cidade. As unidades do Banco do Brasil, Bradesco e Sicredi foram totalmente destruídas por dinamites. Os bandidos conseguiram fugir e o montante dos valores roubados não foi divulgado pelos bancos.
As explosões, que aconteceram por volta das 3 horas, foram simultâneas e puderam ser ouvidas na delegacia da cidade, que fica a duas quadras da Avenida Paraná, onde estão localizados os bancos. Quando o único policial militar que trabalhava durante a noite chegou ao local, os bandidos já haviam fugido. Segundo a Policia Militar (PM), toda a ação não demorou mais do que cinco minutos.
De acordo com a Polícia Civil, o grupo era formado por pelo menos dez homens, que fugiram em dois veículos. Os bandidos utilizaram armas de cano longo, como fuzis de calibre 12. Pelo menos um tiro foi disparado no interior da agência do Sicredi, mas ninguém se feriu. As ocorrências mobilizaram policiais também das cidades de Jandaia do Sul, Marumbi e Borrazópolis.
A ação assustou os moradores da cidade de 4,5 mil habitantes. O agricultor Aparecido Diniz, de 53 anos, que nasceu em Kaloré, garante que nunca viu nada igual na cidade. "O estrago realmente foi muito grande e a gente fica com medo. Acredito que eles procuram as cidades menores porque têm poucos policiais mesmo. Aí fica mais fácil e eles aproveitam", opinou.
O comerciante Willian Pereira, de 22 anos, é proprietário de uma loja que fica ao lado da agência do Bradesco. O estabelecimento, inclusive, é um posto autorizado do banco para recebimentos e depósitos. "Em virtude do arrombamento não deu para atender os clientes do banco, o sistema foi desligado por motivo de segurança. Todos os vizinhos aqui ouviram as explosões durante a madrugada", relatou.
O aposentado Cristino Pereira, de 56 anos, afirmou que situações como essas deixam toda a cidade com medo e acredita que os ladrões são especializados neste tipo de roubo. "Da forma como eles agiram, explodindo as três agências junto e fugindo rapidamente, só pode ser gente que sabe o que está fazendo", apontou.
O delegado chefe da 17ª Subdivisão Policial de Apucarana, José Aparecido Jacovós, admitiu que durante feriados prolongados é quase certo que ocorram arrobamentos em agências bancárias em virtude do aumento do volume de dinheiro nos caixas eletrônicos. "Essa é uma quadrilha organizada, que faz um levantamento prévio do local e conta com integrantes de vários Estados", afirmou Jacovós, que integra um dos núcleos da força-tarefa da Polícia Civil contra assaltos a banco no interior. "Neste feriado monitoramos quatro ou cinco regiões onde haveriam assaltos no Paraná e conseguimos evitar. Mas as quadrilhas mudam de lugar e um ou outro arrobamento acaba acontecendo", frisou.

Continue lendo:

- 'Ataques confirmam descaso'