Cerca de 70 pessoas se reuniram na Praça Santos Andrade: "Invasão não é solução"
Cerca de 70 pessoas se reuniram na Praça Santos Andrade: "Invasão não é solução" | Foto: Magaléa Mazziotti



Curitiba - Grupos contrários e favoráveis à ocupação das escolas no Paraná reforçaram suas posições no domingo (23) na capital. Ambos movimentos foram organizados via rede social, sendo que o grupo "Invasão não é solução - desocupa Paraná", realizou o protesto na Praça Santos Andrade, reunindo cerca de 70 pessoas, segundo a Polícia Militar (PM). Já o movimento "Ocupa Paraná" se concentrou em número semelhante de manifestantes na Praça 19 de Dezembro, e partiu em direção a algumas escolas ocupadas para mostrar apoio e evitar qualquer tentativa de "intimidação" contra os integrantes que estão lotados nos colégios.
Durante o ato na Santos Andrade, alguns estudantes favoráveis à ocupação foram hostilizados pelos manifestantes contrários, mas apesar de algumas palavras de ordem e bate-boca, a confusão foi contornada rapidamente.
A coordenadora do "Desocupa Paraná" e dos grupos "Curitiba contra corrupção" e "Movimento Popular de Fiscalização Política, Narli Resende, afirmou que as instituições ocupadas, em torno de 850 segundo a União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes) e cerca de 830 segundo a Secretaria Estadual da Educação (Seed), estão dominadas pela minoria dos estudantes. "Estamos coletando materiais e indicando o fone 181 para que pais e alunos denunciem os abusos e a violência que estão promovendo. Para cada 20 estudantes que estão ocupando as escolas, há centenas de alunos que querem voltar a estudar por conta do Enem e do calendário", afirmou.
"A maioria dos estudantes está sendo coagida. Tanto que eu e outro universitários estamos nesse trabalho de orientar os secundaristas de todo o estado a se mobilizarem para a retomada das aulas", explicou o estudante de Jornalismo Patrick Ignaszivski, da liderança jovem. Segundo ele, no decorrer desta semana, o grupo fará atos nas escolas para reunir quem está contra a ocupação.
Pais de duas estudantes do Colégio Estadual Lysímaco Ferreira da Costa, uma de 14 e a outra de 16 anos, o casal Rodolfo Bauer e Marcia Marzlek foi à Praça Santos Andrade para demonstrar a indignação contra a ocupação. "Ninguém fez reunião para saber se a maioria estava de acordo e estão ferindo o direito das nossas filhas de estudarem", afirmou Marcia.

APOIO
A menos de um quilômetro do protesto contrário, o grupo do Ocupa Paraná saiu da Praça 19 de dezembro em direção ao Colégio Estadual Tiradentes, depois CEP e, na sequência foi ao Colégio Estadual Pedro Macedo para garantir apoio aos estudantes que estão nas instituições. "Concordamos que as ocupações têm que acabar até mesmo pela sanidade dos alunos que estão fazendo a ocupação, mas precisa ser retirada a MP 746 (que trata da reforma do ensino médio). Não se pode aprovar algo assim em regime de urgência, o governo precisa discutir com a sociedade via Projeto de Lei", ponderou o integrante do movimento "CWB contra Temer" , Fernando Lopes.