Parece repetição, mas seis detentos da cadeia pública de Arapongas (Norte) conseguiram escapar na manhã da última quinta-feira (17). As fugas tornaram-se quase parte da rotina dos agentes que trabalham na unidade. que permanece superlotada com 180 presos em um espaço construído para apenas 45.

Procurada pela FOLHA, a assessoria de imprensa da Sesp garantiu a transferência de 30 encarcerados de Arapongas. Segundo a Vara de Execuções Penais (VEP), eles serão distribuídos em presídios da região. A nota enviada à reportagem diz ainda que "a solução para o caso de superlotação sao as 14 obras de construção e ampliação no Estado. Serão criadas sete mil novas vagas".

Rebeliões e fugas tornaram-se parte da rotina de policiais e agentes que trabalham na cadeia
Rebeliões e fugas tornaram-se parte da rotina de policiais e agentes que trabalham na cadeia | Foto: WhatsApp Grupo Folha



A cadeia já foi alvo de uma ação da Defensoria Pública que pediu a interditação, mas a reivindicação não foi atendida pela Justiça. Até o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), em 2015, emitiu laudo indicando que o imóvel, erguido há mais de 30 anos, estava ruindo.

Apesar das obras anunciadas pelo governo, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná (Sidepol) não economiza nas críticas. O vice-preidente do órgão, Ricardo Casanova, apontou que "o prédio está condenado há muitos anos. Policiais civis trabalham em uma situação ilegal e irresponsável. É uma tragédia mais do que evidente".

A respeito da resposta enviada pela Sesp, Casanova observou que 'a categoria, assim como a sociedade em geral, está cansada de informações padronizadas de construção de penitenciárias, pois elas sequer existem". Conforme o sindicato, a VEP de Londrina cuida aproximadament de 2.300 presos. O presídio que será erguido na cidade vai comportar 750 detentos.