Apesar de possuir uma das maiores redes de assistência técnica do País, a quantidade ainda insuficiente de profissionais no Paraná resulta em um número significativo de produtores que trabalham sem o acompanhamento de um especialista. ''A assistência técnica é um dos maiores gargalos da agricultura como um todo. Grande parte dos agricultores recebe uma assistência precária ou não tem nenhum atendimento'', opina Ronei Volpi, superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) no Estado.
Para Volpi, a expansão da assistência técnica de qualidade poderia resultar em incrementos ainda maiores na produtividade da agropecuária paranaense. Ele cita como exemplo a produção de leite, que atualmente tem média de 2,3 mil litros por vaca ao ano no Estado, e poderia chegar a 4 mil litros se contasse com a união de três fatores: produtor qualificado, excelência na assistência agronômica e zootécnica e qualificação gerencial e administrativa que permita compreensão das situações de mercado.
Volpi ainda aponta como outro empecilho para a atividade a dificuldade de qualificação profissional durante a formação, principalmente no que diz respeito a carga horária prática. O superintende do Senar-PR acredita que os técnicos deveriam ser mais valorizados pelo seu papel operacional no campo e pelo apoio que prestam na gerência da atividade rural.
Segundo ele, o crescimento da produção agropecuária nacional é fruto do aumento da produtividade e da ampliação da capacidade gerencial na atividade agrícola, que, por sua vez, resulta do investimento na formação de profissionais especializados em sua área de atuação. Mas Volpi alega que mesmo os agricultores capacitados ainda dependem de atendimento profissional. ''O produtor qualificado operacionalmente jamais substituirá a assistência técnica. Hoje, o próprio agricultor vê que a assistência traz lucro para a atividade e não é somente um custo para a produção'', avalia.(M.F.)