É um trabalho para a vida toda e o que nos motiva é que a procura está grande", diz o produtor Marcio Afonso Cordeiro, do interior paulista
É um trabalho para a vida toda e o que nos motiva é que a procura está grande", diz o produtor Marcio Afonso Cordeiro, do interior paulista | Foto: Fotos: Marcos Zanutto


Um case de sucesso entre os produtores que trabalham com melhoramento genético é do pessoal da Kaiowas Genética Dorper, que possui um plantel de quase 300 animais PO (puros de origem) da raça na cidade de Itapetininga, no interior de São Paulo.

Eles participam da ExpoLondrina 2017 com 18 animais, inclusive alguns para venda. Marcio Afonso Cordeiro, proprietário da fazenda, salienta que nos leilões que realizaram entre 2016 e 2017 bateram todos os recordes comparados às médias de anos anteriores, comercializando animais para todo o Brasil. "O mercado do Dorper é muito consolidado, com cerca de 30 leilões por ano e sempre batendo as médias de venda. Em relação às feiras, percebemos que a cada ano uma praça se mostra mais forte. Agora estamos focando no Rio Grande do Sul e no Paraná, em que os ovinos estão com muita visibilidade e queremos atacar aqui. São Paulo está meio saturado e então buscamos novos caminhos", explica o criador.

O pessoal da Kaiowas trabalha com ovinos há mais de dez anos e tudo começou como um hobby. Marcio explica que acompanharam um leilão no surgimento da raça Dorper em São Paulo e dois fatores chamaram a atenção: a beleza dos animais e os preços astronômicos de comercialização. "Sem dúvida, esses pontos foram fundamentais para que apostássemos na atividade", diz.

A ideia de Marcio para o futuro é aumentar seu plantel, o que ele considera um desafio, afinal, é preciso crescer associado a um melhoramento genético eficaz. "A meta é sempre aumentar, mas não é fácil. Junto a isso, precisamos sempre fazer leilões para pagar os custos da fazenda, sempre disponibilizando animais. É um trabalho para a vida toda e o que nos motiva é que a procura está grande."

No que diz respeito ao manejo, ele considera muito tranquilo, pois se trata de animais não agressivos. Para cuidar de todo o seu plantel, ele conta com três trabalhadores fixos. Pouca mão de obra, mas bastante tecnificada. "O nosso grande problema são as verminoses, nosso principal inimigo hoje. Se não tiver uma mão de obra capacitada, o trabalho pode ser jogado todo fora facilmente."

Por fim, ele avalia que o mercado consumidor de ovinos no País ainda caminha a passos lentos, com o consumo bem abaixo de países considerados representativos no assunto. "Precisamos entregar uma produção padronizada, não enviar lotes tão heterogêneos em termos de idade. Isso acaba influenciando na qualidade da carne. Essa padronização gerará um melhor produto e assim ele cairá no gosto da população".