O cavalo Quarto de Milha é considerado um dos mais versáteis do mundo, graças a sua habilidade tanto para o trabalho como para o esporte, principalmente em provas de velocidade. Ilson Romanelli é criador da raça em Londrina e já foi vice-presidente Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM). Ele decreta: está surpreso com a evolução deste mercado mesmo neste momento em que o País vive.

Há 17 anos na atividade, Romanelli começou com apenas dois animais em sua propriedade. Hoje são 250, os quais comercializa de diversas formas – da genética à animais prontos - inclusive sendo organizador de um dos principais leilões do País, que acontece anualmente durante o Campeonato Nacional de Trabalho e Conformação, em Avaré (SP).

Para Romanelli, o mercado vem nesta crescente devido uma evolução significativa no que diz respeito à relação do cavalo com a família. "O Quarto de Milha se desenvolveu muito em diversas modalidades e provas, o que acabou agregando o desenvolvimento da raça, sua versatilidade e unindo a família nestes ambientes. Eu, meus filhos e sobrinhos, por exemplo, nos unimos no treinamento dos animais e nos fins de semanas nas provas, inclusive fazendo amizades com outras famílias".

Ilson compara, inclusive, o mercado nacional com o dos Estados Unidos, onde mais do que o valor do cavalo, está a importância de fazê-lo gerar dinheiro. "Para o norte-americano, o cavalo é valioso se ele, depois de adquirido, gerar retorno de alguma forma, sejam em genética, provas, etc. Os resultados precisam ser compensadores, pois, caso contrário, o negócio quebra".

Outro ponto que, segundo Romanelli o Brasil está engatinhando é a relação do animal com o criador. "Criar cavalo não é fazer uma monta, tirar o potro e colocá-lo à venda. Existe um relacionamento do homem com o animal e isso é muito interessante. O Brasil está começando a aprender isso. Nos EUA, as pessoas já têm uma baia no fundo da casa e o cavalo faz parte da família. Isso é muito gratificante e saudável".

O gerente da fazenda, Vinicius Bussadori, não esconde a satisfação de acompanhar o desenvolvimento de muitas famílias equinas. "Cada animal que nasce na propriedade é uma emoção. Mais ainda quando vemos esses animais tendo os seus potros." Segundo ele, o cavalo exige atenção, tem uma rotina diária que precisa ser respeitada, mas é muito lucrativo. "É uma atividade de grande potencial econômico", avalia.

Atualmente, o plantel do Quarto de Milha é composto por 474,8 mil animais registrados no País, representados por 95,7 mil proprietários. Seus haras distribuídos em aproximadamente 1 milhão de hectares são avaliados em mais de R$ 19,8 bilhões, com gastos que giram em torno de R$ 370 milhões. Só em leilões, a comercialização atinge a marca de R$ 1 bilhão anualmente. Os números são da ABQM.(V.L.)