"Nunca tive prejuízo (com a laranja). O único problema é que demora uns quatro anos para começar a dar rentabilidade", diz Massao Nakamura
"Nunca tive prejuízo (com a laranja). O único problema é que demora uns quatro anos para começar a dar rentabilidade", diz Massao Nakamura | Foto: Ricardo Chicarelli



A lucratividade na cultura da laranja tem feito com que muitos dos citricultores ampliem, aos poucos, a área plantada, na região de Londrina. A facilidade de comercialização, com fechamento de contratos antecipadamente com cooperativas ou fábricas de sucos, assim como os bons preços pagos para a fruta in natura fazem com que muito diminuam o espaço destinado aos grãos. A diversificação, porém, continua como orientação de especialistas aos produtores.

O agricultor Massao Nakamura tem um pomar que ocupa um quarto dos 157 hectares (ha) onde trabalha, no Sítio Irmãos Nakamura, em Guaravera. Há nove anos ele mantém 25,5 ha para a cultura de laranja e há um ano plantou mais 13,5 ha. "Sempre busquei diversificar e pensei em café na época, mas fiquei preocupado com geadas e optei pela laranja, que aguenta o frio", diz Nakamura, que também colhe soja, milho e trigo.

Para o citricultor, a cultura vale a pena porque tem custo baixo e consegue trabalhar somente com mais três familiares, à exceção do período de colheita, quando é necessário contratar mão de obra. "Nunca tive prejuízo (com a laranja). O único problema é que demora um pouco para começar a dar rentabilidade, uns quatro anos", diz Nakamura.

Quase 100% da produção dele é direcionada à indústria de sucos da Integrada Cooperativa Agroindustrial, da qual é associado. Por ter soja na mesma propriedade, ele diz que consegue lucrar bem mais com a laranja, ainda que não arrisque um percentual de comparação. "À medida que for possível, vou aumentando o meu pomar. Só tenho de ir aos poucos porque demoro cinco anos para recuperar o dinheiro", completa Nakamura.

DEMANDA FACILITA
O agropecuarista Sussumo Itimura Neto tem 100 hectares apenas para a citricultura, mas planeja ampliar a área. "Sempre pensamos em diversificar, mas aumentamos a produção porque existe uma demanda grande da indústria", conta o também cooperado da Integrada.

No momento, Itimura Neto tem 34 mil pés produtivos e 50 mil no total, na Fazenda Bela Vista, em Uraí, no Norte Pioneiro. Ainda, ele planta milho, soja, mantém gado e tem um frigorífico de cordeiros em 650 ha. "Recebo com a laranja três vezes mais do que com a soja e o milho, juntos", afirma.

Assim como Nakamura, Itimura Neto espera uma produção maior neste ano, depois de ter perdido cerca de 30% das laranjas devido ao forte calor na safra passada, que levou ao abortamento das frutas. Mesmo assim, diz que o resultado foi bom. "Consegui 2,3 caixas de 40,8 quilos de laranja por pé no ano passado e agora espero chegar a 3,3."