O produtor Enéias Proença afirma que o principal motivo para ter começado a produzir orgânicos foi a preocupação com a saúde da própria família. "Em primeiro lugar, quis produzir um alimento que poderia recomendar para qualquer um, para uma grávida ou uma criança. Em segundo, foi a saúde, porque não quero ficar mexendo com muito agrotóxico e, em terceiro, o custo, porque usa menos produtos", diz.

Proença faz parte do assentamento Paulo Freire, em São Jerônimo da Serra, com 5 hectares para a produção de hortaliças. No entanto, a produção ainda não é certificada, e ele buscava mais informações sobre a produção no 1º Dia de Campo Orgânico, organizado pelo Núcleo de Estudos de Agroecologia e Territórios (Neat) da Universidade Estadual do Norte Pioneiro (Uenp) em Bandeirantes, nos dias 11 e 12. "Com a tecnologia, quero fazer um alimento mais limpo, racionalizar o uso de insumos e ter um produto rastreado", diz o produtor, que divide o trabalho com duas pessoas e dois colaboradores.

A preocupação com a saúde também motivou a migração para a produção orgânica de Aparecido de Almeida, o Zico. Proprietário do sítio Santo Antônio, também de São Jerônimo, ele conta que teve uma pequena intoxicação por agrotóxicos, precisou de atendimento médico e resolveu mudar. Em quatro, ele diz que é possível cuidar da produção olerícola em um quarto de hectare. "Estamos trabalhando também com café e em janeiro queremos entrar com adubação de cama de frango para esquecer o químico também", diz.

Zico lembra ainda da importância de programas públicos de compra de orgânicos, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que são federais e compram produtos da agricultura familiar com adicional de 30% para orgânicos. "Temos diversificação e não deixa de ser uma renda a mais para o produtor." (F.G.)