Fábio Afonso Pinto comenta, por meio do aplicativo Realidade Aumentada (posicionado na capa do caderno), sua satisfação com a retomada da atividade pecuária
Fábio Afonso Pinto comenta, por meio do aplicativo Realidade Aumentada (posicionado na capa do caderno), sua satisfação com a retomada da atividade pecuária | Foto: Gina Mardones



O produtor paranaense tem um feeling para diversificar seu negócio. Habilidade fundamental para saber em que atividade apostar, ainda mais em tempos de queda nos preços das commodities. Com a pecuária em ritmo de recuperação nos últimos quatro anos no Estado, alguns produtores retomaram a atividade, a grande maioria, claro, sem deixar as lavouras de lado.

A família de Fábio Afonso Pinto está há gerações no agronegócio. Na época do seus avós, por exemplo, a aposta era na pecuária e café. Depois que Fábio se formou agrônomo, ele resolveu investir nas culturas de soja, trigo e, posteriormente milho safrinha. Há quatro ano, percebendo o bom momento da pecuária, retomou a atividade na busca por rentabilidade.

Em Londrina, Fábio tem uma propriedade de 78 alqueires, sendo a maior parte da área destinada aos grãos. O grande aposta da pecuária está na em Paranavaí (Noroeste), com 260 alqueires (de um total de 350) destinado para o trabalho extensivo, no pasto, para um rebanho de 1.000 cabeças para cria, recria e engorda. "Hoje eu considero a pecuária uma atividade mais segura que a agricultura. Grãos têm altos e baixos, já a pecuária foca na média acertada. Na atividade sei a receita da propriedade por ano, já no caso da agricultura, depende muito da produtividade. Com grãos, às vezes o máximo de produção não reflete em lucratividade".

Situação que gerou um caso atípico no ano passado para o o produtor. Ele investiu muito em tecnologia na lavoura de soja, mas acabou pegando uma chuva na colheita que derrubou sua produtividade para 139 sacas por alqueire. "Vendendo a saca por R$ 60, acabei pagando apenas as contas, já que meu custo foi elevadíssimo. No final, a pecuária me salvou. Fiz caixa com a atividade".



Hoje, na propriedade de Paranavaí, o pecuarista está mantendo a média de abates em 30% do seu rebanho, entre 250 e 300 cabeças por ano. Para este ano, ele não pretende avançar para números superiores a esse. Segundo ele, a perspectiva é de aumentar o plantel. "Essa diminuição do valor da arroba, claro, prejudicou minha margem. Há três anos, o preço era de R$ 150 e agora está R$ 138. A estratégia então é aumentar o volume de produção, começando pelo investimento no rebanho e assim a quantidade de carne por ano por hectare. Farei isso para permanecer na atividade e não precisar arrendar (as terras) para uma usina da região".

Entre os desafios para melhorar a rentabilidade, Fábio investirá na fertilidade do solo, já que a atuação é apenas com pasto, além claro, da genética. "Gosto do nelore pela sua produtividade e rusticidade, que se adaptou muito bem naquela região. Além do solo, que é um grande desafio para mim, também estou atento às plantas invasoras, como a grama Mato Grosso e também o controle das formigas cortadeiras, a saúva, que tive que montar uma operação de guerra para segurar".

Para fechar, Fábio relata que sua produtividade de soja na safra 2016/17 ficou em 170 sacas por alqueire. Soja e pecuária dando dinheiro e caminhando juntas. Nada mal. (V.L.)