Junto aos estados de São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Rio Grande do Sul, o Paraná é pioneiro no investimento em qualidade e produtividade agrícola. De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), entre 1970 e 2013, a produtividade da soja paranaense cresceu 70%, com uma média de 3.088 quilos por hectare no ciclo 2012/13. De acordo com Marcelo Garrido, economista do Deral, o investimento em apoio ao produtor, principalmente na assistência técnica, proporcionou esse incremento no rendimento.
Segundo ele, o apoio do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) tem sido fundamental para os pequenos e médios produtores. "Levar novos métodos de manejo, principalmente o uso de sementes e adubos de qualidade, são as dicas para os agricultores incrementarem a produtividade de suas lavouras", completa Garrido. A receita, acrescenta ele, não é voltada somente para produtores de soja, mas também vale para todas as culturas.
Ricardo De Longui, produtor na região de Rolândia (Norte), é um exemplo de que a dedicação traz resultados. Neste inverno, por exemplo, ele plantou 408 hectares de trigo. A produtividade esperada por De Longui, se o clima ajudar, é estimada em até 50 sacas por hectare, nível considerado muito bom para a região. Ele conta que já chegou a colher até 60 sacas por hectare, índice registrado na última safra.
Porém, De Longui reclama que investir em novas tecnologias eleva os custos de produção e nem sempre o produtor é bem remunerado porque depende do valor da commodity na hora da venda. "Sempre busco variedades mais resistentes às doenças e com alto potencial produtivo. Entretanto, temos que ficar de olho nos custos de produção", salienta o agricultor. Ele comenta que, em um ano, o preço do adubo na sua região subiu 28% e o da semente de trigo 31%. "Investir em produtividade pesa no bolso, mas não temos outra saída", enfatiza De Longui.(R.M.)