Imagem ilustrativa da imagem Novas cultivares podem elevar área plantada
| Foto: Marcos Zanutto
"Buscamos um porte mais ereto da planta, o que facilita a colheita mecanizada, a alta produtividade, uma boa sanidade em um ciclo de 90 dias para o grupo carioca (ou de cor)", diz a pesquisadora do Iapar Marizangela Rizzatti Ávila



A perspectiva é de crescimento da área plantada de feijão até 2018 no Estado, com o uso de cultivares mais resistentes a doenças. A previsão é do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), que desenvolveu duas variedades com a perspectiva de aproveitar o período que coincide com o vazio sanitário da soja nas regiões mais ao oeste paranaense e da terceira safra do feijão.

Pesquisadora da Área de Propagação Vegetal do Iapar, Marizangela Rizzatti Ávila afirma que todos os estudos focados em feijão buscam soluções para o Paraná, o que não significa que não possam ser aplicados em outros estados. Ela destaca duas cultivares desenvolvidas pela pesquisadora Vania Moda-Cirino, a IPR-Quero-quero e a IPR-Celeiro como exemplos de avanços em relação às sementes existentes hoje. "Buscamos um porte mais ereto da planta, o que facilita a colheita mecanizada, a alta produtividade, uma boa sanidade em um ciclo de 90 dias para o grupo carioca (ou de cor)", diz Marizangela, que atua na sede do órgão, em Londrina.

Ela acredita que as cultivares podem se encaixar bem no período de terceira safra. "Se plantar logo no começo de março, pode escapar desses períodos de seca e geadas", diz a pesquisadora do Iapar.

Isso porque, tradicionalmente, abril é o período mais crítico, ainda que neste ano o índice de chuvas tenha sido satisfatório. "O Paraná tem condições de ofertar feijão durante todo o ano. É uma cultura de risco porque uma hora o preço é bom, em outra, é baixo, e é difícil de armazenar por muito tempo porque pode escurecer o tegumento", diz Marizangela. "A dona de casa não compra feijão escuro, mas nem sempre o que está escuro é o que não vai cozinhar", completa.

Por isso, conta que outro foco das pesquisas é desenvolver uma cultivar que não escureça tão rapidamente, o que permitiria o estoque por mais tempo, à espera de uma cotação melhor no mercado. "Também tem uma linha que busca alimentos biofortificados, com mais ferro. E, claro, sempre com alta produtividade", cita a pesquisadora do Iapar.

Confira mais detalhes sobre a pesquisa do feijão no vídeo abaixo:



Feijão-tigre será lançado no 5º Fórum do Feijão

Um dos principais objetivos do Instituto Brasileiro do Feijão & Pulses (Ibrafe) é o incentivo a pesquisa e a diversificação de cultivares. No 5º Fórum Brasileiro do Feijão, Pulses e Colheitas Especiais um dos grandes lançamentos será o feijão-tigre, desenvolvido pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Com um ciclo menor e maior resistência, esse novo Feijão promete ser uma alternativa para os produtores brasileiros, inclusive para a exportação.

O feijão-tigre foi desenvolvido por meio de cruzamentos envolvendo cultivares americanas, que já apresentavam tegumento Pinto Beans, com cultivares brasileiras de tegumento Carioca. As cultivares americanas foram adaptadas para as condições brasileiras. O Feijão desenvolvido pelo IAC apresenta ciclo semi-precoce e leva em torno de 85 dias entre a semeadura e a colheita.

Responsável pelo desenvolvimento, o pesquisador científico do IAC, Alisson Fernando Chiorato afirma que esse cultivar pode ser plantado desde o Sul até o Centro-oeste brasileiro, considerando os estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. O custo de produção por hectare será o mesmo do Feijão-carioca, em torno de R$3.500,00.

"Essa é uma nova oportunidade de cultivo para o agricultor além do feijão-carioca. Para que o feijão-tigre tenha um bom aceite comercial, deverá ser criada uma forte cadeia para assegurar a qualidade da semente e dos campos de produção a serem desenvolvidos", declarou Chiorato. "Este Feijão atende bem a exigência do consumidor em sabor, tamanho e cor e pode ir substituindo o Feijão-carioca com a vantagem de que, se houver excedente, ele pode ser exportado sem perder a cor", diz o presidente do conselho do Ibrafe, Marcelo Eduardo Lüders.

5º Fórum Brasileiro do Feijão, Pulses e Colheitas Especiais acontece em Campinas (SP), entre os dias 21 e 23 de junho. Informações pelo site: www.forumfeijao.com.br. (Reportagem Local)