No Litoral, a produção de pupunha não precisa de irrigação, devido às chuvas constantes da região. A palmeira necessita de calor e umidade constantes, mas não reage bem a solos excessivamente alagados, tampouco a geadas. No Norte e Noroeste paranaense, é preciso investir em irrigação por gotejamento, o que eleva o investimento inicial a R$ 35 mil, conforme o Emater.

A vantagem é que é possível recuperar o investimento em no mínimo três anos de produção, diz Corrêa Júnior. Ele afirma que há casos de produtores que, do quarto ao 25º ano de cultivo, têm custo de manutenção médio de R$ 4 mil e lucro líquido de R$ 12 mil. "A pessoa pode ter gado, milho, ou feijão, e plantar dois hectares de pupunha", diz. "O resíduo da produção pode ser usado para adubar o solo ou alimentação de animais, porque a palmeira tem 5% de proteína nas folhas e nas partes que não são usadas", completa.

Cada haste de palmito tem cerca de 800 gramas, que são vendidas à indústria por preços que variam de R$ 2,20 a R$ 3,60
Cada haste de palmito tem cerca de 800 gramas, que são vendidas à indústria por preços que variam de R$ 2,20 a R$ 3,60



Pesquisador em fitotecnia do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Francisco Paulo Chaimsohn, afirma que o trabalho nos primeiros dois anos se concentra apenas em roçada e adubação. "E a colheita tem uma vantagem em cima de outras culturas, porque, se você não pode cortar nessa semana, pode fazer na próxima que o produto não estraga", diz. Ele completa, porém, que o prazo também não é indefinido, já que a manutenção da planta-mãe durante o perfilhamento pode diminuir o desenvolvimento dos outros caules.

Cada haste de palmito tem cerca de 800 gramas, que são vendidas à indústria de conserva por preços que variam de R$ 2,20, quando há muita oferta, a R$ 3,60, quando há pouca. Hoje, segundo o Emater, a média tem sido R$ 2,80. Nesse caso, as fábricas mandam funcionários para fazer o corte da palmeira, o que também diminui a necessidade de mão de obra por parte do produtor.

Quando o produtor consegue vender o produto in natura, o valor por haste pode até triplicar. A pupunha também tem a qualidade frente outras variedades de palmito de não oxidar, ou escurecer, depois de retirada do pé. O produto mantém a qualidade in natura por até 21 dias, desde que armazenado de maneira correta.

O pesquisador do Iapar, porém, deixa um alerta. "Vender esse produto não é como vender soja, ou commodities, que se vendem sozinhas. É um mercado mais particular e é preciso um outro tipo de abordagem do vendedor", explica Chaimsohn.