Cássio Kossatz, de Ponta Grossa, testou a tecnologia da Monsanto, instalando os drives em quatro máquinas, uma plantadeira da John Deere e três da Case: "Peguei uma falha numa plantadeira rapidamente
Cássio Kossatz, de Ponta Grossa, testou a tecnologia da Monsanto, instalando os drives em quatro máquinas, uma plantadeira da John Deere e três da Case: "Peguei uma falha numa plantadeira rapidamente | Foto: Divulgação



Com uma propriedade de 3 mil hectares na região de Campo Gerais, em Ponta Grossa, o produtor Cássio Kossatz, sem dúvida, está um passo a frente quando se trata da agricultura digital. Em sua área, são quase 14 anos – safra após safra – buscando tecnologias e informações para incrementar a produtividade de soja, milho, feijão, além das culturas de inverno, com o trigo, cevada e aveia. Aqui, a informação em prol da rentabilidade não fica em segundo plano.

Kossatz conta o histórico e como tornou a fazenda "bem tecnificada". A aplicação da taxa variável de insumos na agricultura de precisão começou em 2003, incluindo mapas de fertilidade e aplicações específicas de calcário. "Em 2012, começamos o trabalho de taxa variável nas sementes de milho e, dois anos depois, fizemos estudos para a soja e trigo. Ainda temos muito para evoluir e criar nossas próprias validações internas de tecnologia", explica ele.

Na situação atual da tecnologia implementada, o produtor relata que já consegue trabalhar com os dados de forma bem efetiva, auxiliando a incrementar os níveis de produtividade e, claro, encontrar situações pontuais de erro em cada talhão. "Hoje ainda dá muito trabalho porque pegamos todas essas informações via pendrive em cada máquina ou equipamento. O trânsito de dados é muito grande e, às vezes, perdemos essas informações".

Atento à importância de uma ferramenta que tem o objetivo de "unificar" num só lugar todas as informações geradas, Kossatz participou do projeto piloto do FieldView, da Monsanto, no Paraná. "Nós gostamos da ferramenta e vimos potencial nela. O que mais achei interessante é que o sistema não tem 'cor'. Ou seja, as informações captadas na 'máquina verde', 'máquina vermelha', vão todas para uma mesma plataforma, sem limitações entre os equipamentos. Assim, fica bem mais livre para trabalhar".

Durante os testes, ele instalou os drives em quatro máquinas, sendo uma plantadeira da John Deere e três da Case. "Peguei uma falha numa plantadeira rapidamente graças ao FieldView. Tínhamos feito uma alteração nela e a corrente estava pulando, só que isso não foi identificado pelo monitor do equipamento. Fiz a correção no primeiro dia de algo que provavelmente só veria no final da safra".

Outro ponto que ele considera importante para que esse tipo de tecnologia funcione, é que os operadores desses maquinários precisam "abraçar" esse tipo de trabalho, e com facilidade. "Não adianta o produtor apostar nisso e os operadores não comprarem a ideia. A plataforma da Monsanto se mostrou bem simples, foi aceita pelos trabalhadores, e isso é o principal. Não adianta forçar a barra".

Por fim, Cássio comentou que devido à baixa conectividade na fazenda sem cobertura de internet, ele capta as informações para análise mais no final do dia. "No site, eu tinha condições de pedir os relatórios, pinçando o que preferia por máquina, por talhão, criando a informação dependendo da minha necessidade. Agora, é preciso fazer contas sobre o custo do serviço para ver se realmente vale pena investir".(V.L.)